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Hamas ameaça matar outros reféns se não houver cedências
Grupo que controla a Faixa de Gaza, e que iniciou uma guerra contra Israel ao invadir aquele país, tendo morto mais de 1.200 pessoas e sequestrado mais de duas centenas, está a ficar sem possibilidade de manter negociações, dado que vai perdendo na morte vários destes sequestrados que são a sua ‘moeda de troca’ para os diversos desejos que possui.
O Hamas, grupo político e militar que administra a Faixa de Gaza, ameaça fazer o que já tem feito: “matar reféns [capturados em Israel] se não houver cedências” por parte do governo Judeu.
A advertência foi feita nessa segunda-feira, dia 2, pelo porta-voz do referido grupo tido como terrorista pelo mundo ocidental.
Abu Obeida, que falava através da rede Telegram, sublinhou que os guerrilheiros do Hamas receberam novas instruções sobre a forma de tratar os reféns à medida que a tropa israelita se aproxima.
“Após o incidente de Nuseirat, foram dadas novas instruções aos ‘mujahidin’ encarregados da guarda dos prisioneiros [reféns], relativamente ao seu tratamento, caso o Exército de ocupação se aproxime do local da sua detenção”, fez saber o porta-voz, referindo-se ao resgate com vida de quatro prisioneiros, numa operação militar em Junho, que custou a vida a mais de 200 palestinianos.
Este aviso surge num momento em que Israel lida com a recuperação de seis reféns executados, de acordo com o chefe do governo de Telavive, Benjamin Netanyahu.
“A insistência de Netanyahu em libertar prisioneiros sob pressão militar, em vez de fechar um acordo, fará com que regressem às suas famílias em caixões”, prosseguiu o porta-voz, pouco depois de Netanyahu ter ameaçado em conferência de imprensa que o Hamas “pagará um preço muito alto” pela morte dos reféns.
Por sua vez, o governo de Netanyahu está sob forte pressão de seu próprio povo e da comunidade internacional, uma situação que está a ser devidamente explorada pelo Hamas.
O que facto é que o grupo liderado por Yahya Sinwar está desesperado por um acordo o mais breve possível, e aproveita-se do mundo democrático, uma realidade em cuja opinião pública tem peso, para forçar um acordo com base na chantagem.
Yahya Sinwar sabe que só a existência de reféns pode freiar os israelitas, e que sem eles, como já disse Donald Trump, Israel deve ser apoaido a avançar mais profundamente, dado que o Hamas “já não tem reféns” para trocar.
“Eles estão a matar todos”, sublinhou Donald Trump, referindo-se às alegadas execuções de reféns.
Juntando-se a Trump, Netanyahu lamenta que o mundo esteja a impor pressão sobre Israel, referindo que é o Hamas que tem de ser pressionado.
O plano do governo israelita é a eliminação total do Hamas, afastar a organização da administração de Gaza, manter o território sobre alguma vigilância israelita e entre outras coisas.
O Hamas, entretanto, quer o fim das tropas de Israel no Corredor da Filadélfia, algo que Netanyahu recusa. Para o chefe do governo, o Corredor de Filadélfia, entre a Faixa de Gaza e o Egito, tem sido um ponto relevante para o rearmamento do Hamas.