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“Há ainda muito a ser feito para termos Angola que todos anseiam”, diz Isaías Samakuva

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“Temos agora quase 50 anos de caminhada da independência e o que temos não é aquilo que queríamos”.

A afirmação é do presidente da Fundação Jonas Malheiro Savimbi (FJMS), Isaías Samakuva, quando falava esta sexta-feira, 15, no final de uma mesa-redonda promovida pela fundação, que olhou para o “Papel dos Três Movimentos de Libertação na Luta pela Conquista da Independência de Angola”.

Para o antigo presidente do partido do galo negro, a culpa é de todos, por isso defende o envolvimento de todas as forças vivas da sociedade na busca pelos caminhos que apontem para realização dos angolanos.

“Não vale a pena procurarmos os culpados, costumo dizer que culpados nesta caminhada somos todos, também vítimas fomos todos, na reflexão dos 50 anos de independência é necessário “tirar conclusões e encetar agora um novo caminho, todos os angolanos têm uma oportunidade de refletir sobre o Estado da nação e de facto tirar conclusões se o caminho que encetamos e que estamos a percorrer é o mais adequado ou se precisamos de mudar”, disse.

O político destacou que “se em muitas coisas os angolanos estão desavindos, há uma coisa em que são consensuais: o dia 11 de novembro todos o reconhecem como o dia da independência do país”.

“Penso que a esse respeito não há diferença, todos celebramos – mesmo nas matas em plena guerra no dia 11 parávamos é o dia da independência nacional”, salientou.

Isaías Samakuva considerou fundamental o papel dos três movimentos de libertação para a independência de Angola, destacando o contributo de cidadãos anónimos, cujos nomes não constam da história angolana.

Isaías Samakuva, disse que os três movimentos “congregaram nos seus movimentos grande parte de angolanos desejosos de verem o país liberto, e desenvolveram uma atividade mais organizada, mais estruturada e com maiores resultados”.

“Eu conheço pessoas que trabalharam fortemente, empenharam-se no processo da libertação do país, mas fizeram-no desinteressadamente e também sem precisarem de se alinharem aos movimentos”, referiu.

Por sua vez Carlinhos Zassala da FNLA, concordou que é preciso divulgar a participação de muitas figuras que participaram na luta de libertação, que são desconhecidas, citando o caso do cónego Manuel das Neves, filho de um português e uma angolana, pelo seu papel na independência de Angola.

“Na minha opinião para reconhecermos todos aqueles que sacrificaram as suas vidas o aeroporto actual que chamamos 4 de fevereiro deveria ser chamado aeroporto cónego Manuel das Neves”, defendeu.

Lembrar que, na luta pela independência de Angola participaram o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), cujo representante esteve ausente por imperativos de agenda, a Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), representada por Carlinhos Zassala, antigo dirigente, e a UNITA.




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