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Guterres apela à valorização da juventude e das mulheres e reafirma compromisso da ONU com Angola

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O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, defendeu esta segunda-feira, 24, no Parlamento angolano, a necessidade de o país apostar profundamente na juventude e na igualdade de género, alertando que o futuro económico e social de Angola dependerá da forma como forem criadas oportunidades para as novas gerações e para as mulheres.

Guterres destacou que Angola tem uma das populações mais jovens do continente, com centenas de milhares de jovens a ingressarem anualmente no mercado de trabalho, “mais educados e mais conectados do que os seus pais”, mas ainda confrontados com desemprego e precariedade.

“Se a energia e a criatividade dos jovens forem incentivadas, Angola poderá acolher um dividendo demográfico extraordinário. Mas, se encontrarem apenas um muro de desemprego, toda a coesão social sofrerá”, alertou.

O secretário-geral prestou homenagem à juventude angolana e africana, que descreveu como activa, inovadora e resiliente desde o empreendedorismo tecnológico e agrícola até às iniciativas culturais e ambientais.

“A juventude mostra todos os dias que África não é um continente de problemas, mas de soluções”, disse.

Guterres apelou aos deputados para que a voz dos jovens seja cada vez mais integrada nas decisões da Assembleia Nacional, defendendo que a educação, a formação profissional, a economia verde e digital e a economia social devem estar no centro das prioridades legislativas.

António Guterres salientou ainda que o futuro de Angola passa, necessariamente, pelo reforço do papel das mulheres.

Recordou que o país já ratificou as principais convenções internacionais sobre igualdade de género e adotou políticas robustas na defesa dos direitos das mulheres, mas sublinhou que a legislação contra a violência deve ser plenamente aplicada e acompanhada de orçamentos capazes de garantir serviços essenciais, educação das raparigas e promoção do empreendedorismo feminino.

“A representação feminina nesta Assembleia é a mais significativa do continente africano. O vosso exemplo pode inspirar toda a região”, afirmou.

O líder da ONU encorajou Angola a continuar o caminho rumo a uma participação equitativa das mulheres na administração, justiça, partidos políticos e empresas públicas e privadas.

Guterres reafirmou que as Nações Unidas estão comprometidas “a longo prazo” com Angola. O novo Quadro de Cooperação para o Desenvolvimento Sustentável 2024-2028, alinhado com a Estratégia Angola 2050, centra-se no desenvolvimento inclusivo, reforço institucional, igualdade de género, serviços sociais, resiliência climática e diversificação económica.

O secretário-geral garantiu apoio técnico às reformas públicas, programas conjuntos nas províncias mais vulneráveis, mobilização de financiamento inovador para os ODS e partilha de experiências internacionais.

“A nossa ambição é simples: apoiar com humildade a vossa visão para uma Angola sustentável, moderna e equitativa, onde ninguém fica para trás”, assegurou.

Guterres afirmou que, no cinquentenário da Independência, Angola encontra-se “num novo cruzamento da sua história”, tendo conquistado a paz e devendo agora transformá-la em progresso e justiça social.

Encorajou os deputados a tomarem decisões inclusivas nas áreas da educação, saúde, ambiente, economia e proteção dos mais vulneráveis, pois essas escolhas definirão o país dos próximos 50 anos.

Cada angolano conta. Cada voz conta. Cada geração pode viver melhor do que a anterior”, disse.

Guterres encerrou garantindo que a ONU estará sempre ao lado de Angola, com respeito e empenho, assegurando que o sucesso do país representa “uma força para África e para o mundo”.

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