Politica
Governo vai entregar ossadas de Jonas Savimbi a família
O ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Pedro Sebastião, informou, hoje, que o Governo vai estabelecer contacto com a família de Jonas Savimbi para a entrega dos seus restos mortais, depositados numa unidade militar no Andulo.
Com esta medida, o Governo afasta do processo a direcção da UNITA, por entender que quer fazer aproveitamento político do assunto.
Falando em conferência de imprensa, Pedro Sebastião declarou que as autoridades governamentais preferem dialogar directamente com a família de Savimbi, pelo facto de a mesma estar “profundamente interessada” num enterro sereno.
Disse haver um elemento perturbador neste processo que precisa de ser afastado, tendo afirmado que a direcção da UNITA desejava um funeral de Estado para Savimbi, à semelhança do general Arlindo Chenda Pena “Ben Ben”.
Segundo o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança, o Governo não tem interesse em manter sob sua custódia os restos mortais do fundador da UNITA.
Pedro Sebastião explicou, por outro lado, que todos os aspectos inerentes às exéquias foram abordados atempadamente, em sede da comissão criada para o efeito e com o conhecimento da família de Jonas Savimbi.
O Governo, afirmou, sempre esteve interessado em levar a bom porto o dossiê, mas tem assistido, nos últimos dias, “elementos estranhos à vontade da família com quem tem dialogado”.
Reiterou, entretanto, que o ex-líder da UNITA não terá funeral de Estado, sublinhando que a inumação (enterro) é uma prerrogativa da família.
“Temos sob nossa custódia os restos mortais há mais de 24 horas. Depois não venham dizer que já não têm a certeza de que são de Jonas Savimbi e tenhamos de fazer novo exercício de comprovação de ADN. Quanto mais cedo encerrar-se esse dossiê melhor”, vincou.
A direcção da UNITA e a família de Jonas Savimbi recusaram-se, terça-feira (28), a receber os restos mortais do malogrado, no Andulo, o que levou a comissão técnica a depositá-los numa unidade militar local.
A inumação dos restos mortais de Jonas Savimbi estava inicialmente prevista para o próximo sábado, 1 de Junho, no cemitério da aldeia Lopitanga, município do Andulo, província do Bié, cerca de 130 quilómetros a norte da cidade do Cuito.
O político havia manifestado, ainda em vida, que, quando morresse, fosse enterrado no cemitério da aldeia de Lopitanga, município do Andulo, província do Bié, junto à tumba dos seus progenitores.
Nascido na localidade de Munhango, na província do Bié, a 3 de Agosto de 1934, Jonas Savimbi morreu, em combate, no Lucusse, província do Moxico, a 22 de Fevereiro de 2002, e havia sido enterrado no cemitério municipal do Luena.
C/ ANGOP