Mercados
Governo privatiza BODIVA
A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA) vai ser privatizada ainda ao longo deste ano de 2023, estando a decorrer neste momento a finalização do seu processo de transição.
A informação foi avançada pelo Presidente da Comissão Executiva, Walter Pacheco, quando falava nesta quarta-feira em Luanda, que referiu que o objectivo da privatização da BODIVA é conferir maior fiabilidade para os desafios do mercado.
“A privatização da BODIVA é um dado que nós já temos toda a preparação da empresa. Quando se faz uma privatização, só para dar um exemplo, nós temos que parar a empresa a ser privatizada, nós já temos toda a informação compilada, nós temos todos os instrumentos para administrar no mercado e mostrar que a BODIVA é uma empresa privatizada”, afirmou.
Aquele responsável acrescentou que a privatização da Bolsa de Valores de Angola vai decorrer apenas agora, em obediência as orientações do Banco Nacional de Angola e da Comissão de Mercados de Capitais, que impede a intervenção directa dos bancos no mercado.
Walter Pacheco admitiu que o processo vai criar um conjunto de constrangimentos, bem como trará oportunidades para o surgimento de outros membros, como corretoras no mercado de capitais, cuja negociações ainda são promovidas e dominadas pelos bancos.
Falando, à imprensa, à margem do IV Fórum “BODIVA”, Walter Pacheco referiu que, actualmente, decorre a operacionalização de um novo modelo de funcionamento do mercado dividido em duas etapas.
A operacionalização da primeira etapa do novo modelo de funcionamento do mercado está em curso e termina no primeiro semestre deste ano, em que os bancos não poderão transacionar títulos privados, ou seja, os bancos não poderão comprar e vender acções.
E na segunda etapa, de acordo com Walter Pacheco, os bancos deixam de transacionar títulos públicos, as Obrigações do Tesouro (OT) e os Bilhetes de Tesouro (BT).
Assim que terminar, prosseguiu, o mercado da bolsa passa dos bancos para as correctoras e distribuidoras.
No quadro deste processo, a BODIVA está a fazer algum desenvolvimento a nível do seu sistema para permitir está transição automática.
“O modelo actual em que a banca lidera o mercado será um modelo que vai ser alterado, ou seja um modelo de transição e, provavelmente, nas próximas edições, não serão os bancos a receber a maior parte dos membros, mas sim as sociedades correctoras e distribuidoras é que irão receber a maior parte dos prémios”, avançou.
Por isso, acrescentou, estão a fazer um conjunto de tarefas regulatórias, mudar as regras e algumas leis, para permitir que o sistema esteja preparado para esta alteração e facilitar que essas entidades participem,um trabalho que está a ser articulado com a CMC.
“ Todo e qualquer processo de transição tem sempre alguns elementos de instabilidade, mas o processo vai permitir que finalmente tenhamos instituições focadas, de manhã até a noite, só nos mercados de capitais”, precisou.
Segundo o responsável, os bancos são muito competentes neste aspecto, mas tem outras actividade que não os permite a 100%.
Sobre a BODIVA
Constituída, a 2 de Julho de 2014, pelo Decreto Presidencial 97/14, de 7 de Maio, a BODIVA é uma sociedade anónima, cujo objecto social consiste na gestão dos mercados regulamentados em Angola, com realce para a prestação de serviços relativos a transmissão e negociação de valores mobiliários e outros instrumentos.