Angola que dá certo
Governo prevê ligar o país de Norte à Sul por via ferroviária
O país poderá estar ligado por via ferroviária de Norte à Sul, passando pelo centro, com a implementação de um projecto que prevê a construção e exploração de vários traçados para a circulação ferroviária, no âmbito das Parcerias Público Privadas (PPP).
A garantia é do Secretário de Estado do Planeamento, Nilton Reis, durante o habitual briefing, nesta semana, em Luanda, quando apresentou o projecto que se encontra em estruturação até Dezembro de 2021, escreve a Agência Angola Press.
Tão logo termine a estruturação do projecto, dar-se-á início às obras de ligação do país via caminhos de ferros, com a construção da ligação ferroviária do Cuanza Norte à Benguela, entre o Caminho de Ferro de Luanda e Caminho de Ferro de Benguela, com a linha a partir do ramal do Dondo (Cuanza Norte) até ao ramal do Caminho Ferro de Benguela no Huambo.
O projecto contempla ainda uma via férrea CFB/CFM, cuja linha parte do CFB no Huambo para ligar ao ramal do CFM no Cuvango, província da Huíla.
Faz igualmente parte do projecto, a construção e exploração do metro de superfície de Luanda, que terá uma rede ferroviária ligeira, cujo traçado da primeira fase começa no Porto e termina no Zamba II, com sete quilómetros e do Zamba II ao Kilamba (30 quilómetros).
Na segunda fase de construção do Metro de Superfície de Luanda, o projecto prevê a construção do ramal Zamba II/Benfica (28 km), enquanto que na terceira fase estará contemplado o traçado Benfica/Cacuaco (58 km).
Lembrar que em Fevereiro último, o ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu, apresentou o Plano Director de Metro de Superfície de Luanda, a ser construído pela empresa alemã Siemens Mobility, no âmbito de um contrato assinado pelo Presidente João Lourenço e pela Chanceler alemã Angela Merkel.
A referida linha do Metro de Superfície de Luanda apresentado em Fevereiro abrange uma extensão de 149 quilómetros, cobrindo os principais eixos da capital do país, isto é do Porto de Luanda a Cacuaco, Avenida Fidel Castro Ruz/Benfica, Porto de Luanda/Largo da Independência e Cidade do Kilamba/Largo da Independência.
Além do Metro de Superfície, o Plano Director de Luanda, aprovado pelo Executivo em 2015, prevê também dois sistemas de metro de superfície, designadamente o Bus Rapid Transit (BRT) e o Veículo Rápido sobre Trilhos (carris), abreviadamente VLT.
Regionalização
No Plano de regionalização do Caminho de Ferro de Angola, o Secretário de Estado do Planeamento, Milton Reis, disse que a fronteira com a RDC vai beneficiar-se de uma ligação ferroviária, do Caminhos de Ferro de Luanda, a partir da Província de Malange, num percurso de 1000 KM, até a fronteira com a região da Katanga (RDC).
O objectivo, avança Nilton Reis, é servir a região congolesa de Katanga, rica em recursos minerais, por se tratar de um país encravado e sem acesso ao mar, tendo acrescentado que numa primeira etapa, será com uma linha férrea eléctrica.
Outra infra-estrutura enquadrada no âmbito das Parcerias Público privadas, é a construção da ligação entre o Caminho de Ferro de Moçámedes, Namibia e Victória Falls (Trans-cuneen) para estender o corredor sul até a Zambia “por se tratar de um outro país encravado e sem acesso ao mar”, e servir de cinturão de cobre “copperbelt” na Zâmbia, também rica em recursos minerais.
De acordo com a lista indicativa de potenciais projectos das PPP, ainda em estruturar, consta também a construção e exploração de uma ligação ferroviária entre Angola e Zâmbia, através da extensão do corredor centro (Caminho de Ferro de Benguela – CFB), que corresponde à construção de ligação ferroviária entre a estação de Luacano e a fronteira da Zâmbia, nas imediações do posto fronteiriço de Jimbe.