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Governo passa a subvencionar combustíveis para agricultura

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O Ministério da Agricultura e Florestas criou um grupo de trabalho que está a elaborar uma estratégia para subvenção dos combustíveis para o sector agrícola, informou hoje o titular da pasta, Marcos Nhunga.

O governante, que apresentava a visão sobre o desenvolvimento do sector agrário, num encontro nacional com empresários de todo o país ligados ao sector, disse existir uma orientação específica do Presidente da República, João Lourenço, nesse sentido e que há um grupo de técnicos do governo a trabalhar na questão de subvenção de combustíveis para o sector.

Ainda sobre as estratégias do ministério para tornar robusta a economia agrícola, o ministro frisou que há necessidade de se melhorar o sistema de crédito ao sector empresarial, assim como reverificar a problemática do seguro agrícola, um elemento que considera “fundamental” na visão estratégica do pelouro.

Avançou também a necessidade de reparação das estradas secundárias e terciárias, assim como a electrificação das principais zonas de produção, porque os custos com o gasóleo encarecem também o resultado final.

“Vamos começar por dois a três pólos e levar energia a determinadas fazendas que são extremamente produtivas”, assegurou.

Marcos Nhunga afirmou que esse encontro marca um novo paradigma no esquema de trabalho do sector e que será aplicado nessa legislatura.

“Queremos que os empresários do sector e o Ministério estejam alinhados como se fosse um corpo único. Temos mais de 400 empresários que actuam no sector do agro-negócio, por isso é difícil pensarmos da mesma forma, mas se tivermos alinhados e se eles saberem que planos existem, teremos um processo inclusivo”, sustentou o governante.

“Para que haja essa interacção é preciso que os empresários se organizem, porque a melhor forma de colocar estas intenções a funcionar é preciso que eles estejam estruturados em especialidade, como associação de produtores avícolas, de milho, soja, pois qualquer das fileiras do sector da agricultura, no sistema produtivo diferencia-se muito da outra, pelo que o seu agrupamento por área vai facilitar a acção e a implementação de políticas afins”, continuou.

Marcos Nhunga avançou que a estratégia para alavancar o sector passa pela resolução da problemática das sementes, pois o país precisa tornar-se auto suficiente, principalmente nos produtos essenciais, como o milho, o feijão, o arroz, as hortícolas.

Defendeu ainda que os empresários locais devem se potenciar e quando não for possível, buscar parcerias internacionais, pois o país tem de munir-se de unidades de produção de fertilizantes, linha de montagem de tractores e de sistemas de irrigação.

Defendeu ainda a necessidade de apoio à agricultura familiar, através da produção de charruas de tracção animal, o que facilitará a extensão dos campos agricultáveis.

Neste capítulo o ministro anunciou que até ao segundo trimestre deste ano o país contará com duas unidades de “blend” de mistura de fertilizantes que serão instaladas nas províncias do Zaire e de Cabinda, o que vai reduzir os preços do produto.

Por sua vez, a vice-governadora pra o sector político, económico e social da Huíla, Maria João Chipalavela, defendeu a promoção e o estimulo à produção interna de fertilizantes, sementes melhoradas, linha de montagem de máquinas de equipamentos agrícolas de pequenas e média dimensão no país.

Para impulsionar a produção de insumos agrícolas, deve-se ter em conta os diferentes níveis de produtores em todo o país, para assim permitir uma maior dinamização da produção agropecuária e florestal.

Salientou que a Huíla possui  quatro perímetros irrigados fundamentais, como o da Chibia, Humpata, Matala e Caconda, dos quais dois constituídos em sociedade (Matala e Chibia), um em gabinete de desenvolvimento (Humpata) e outro em prol do desenvolvimento hidro-agrícola (Caconda) ainda por se explorar.

Considerou que a província pode contribuir  na produção em grande escala para o país se forem recuperadas e reabilitadas as barragens das Neves na Humpata, do Chicungo e Sendi no Quipungo e de Chicomba.

No encontro, estão a ser feitas comunicações como “visão sobre o desenvolvimento do sector agrário”, “programa de apoio à produção, diversificação das exportações e substituição das importações (PRODESI)” e “Acções do sector agrário no Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022.

Sob o lema “pacto e alinhamento estratégico do sector empresarial do agro-negócio para viabilização da produção agropecuária e florestal, promovendo um desenvolvimento sustentável”, o encontro nacional surge na sequência da orientação do Presidente da República, João Loureço, dada durante a reunião com o sector empresarial, realizada no 5 deste mês.

O objectivo é interagir com os empresários a visão sobre o desenvolvimento do sector agrário, dinamizar a divulgação das principais linhas de trabalho no tocante à produção nacional agropecuária e florestal, produção interna de fertilizantes, de sementes, linhas de montagem de máquinas e equipamentos agrícolas, políticas ligadas à subvenção dos combustíveis para a agricultura, com vista diminuir a estrutura de custos na agricultura.

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