África
Governo maliano classifica notícias sobre tomada do país por Jihadistas como “exageradas”
No Mali, o ministro das Relações Exteriores classificou como implausível a ideia de que jihadistas possam tomar a capital em breve. Esta foi a primeira resposta extensa do governo aos temores de segurança que estimularam os países ocidentais a pedir a seus cidadãos que deixem a capital maliana.
De acordo com informações apuradas pela Rádio Correio da Kianda, esta reacção do país da África Ocidental surge, por conta de notícias que dão conta que o Mali está a lutar contra jihadistas ligados à Al Qaeda que em Setembro anunciaram o que descreveram como um bloqueio de combustível, que levou a longas filas em postos de gasolina na capital e forçou temporariamente o fechamento de escolas.
A mais recente demonstração de força do grupo, Jama’at Nusrat al-Islam wal-Muslimin (JNIM), levantou preocupações no exterior de que poderia eventualmente tentar impor seu domínio sobre o país.
Entretanto, em declarações numa conferência de imprensa na exposição na noite desta quarta-feira, 12, o governante maliano, Abdoulaye Diop, disse que o seu país estava mitigando com sucesso os efeitos do bloqueio de combustível e que o referido grupo islâmico (JNIM) “não era uma ameaça para as forças de segurança”.
“Estamos muito longe do cenário que está sendo descrito para você fora do nosso país, dizendo que os terroristas estão aqui, eles estão em Bamako, eles vão levar isso, aquilo”, disse, destacando que o Mali não está de forma alguma nesse cenário.
Por sua vez, a União Africana pediu no domingo último uma resposta internacional urgente ao agravamento das condições de segurança, e países ocidentais, incluindo Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Itália, estão pedindo a seus cidadãos abandonem o Mali.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores do Mali, o objectivo da tentativa de bloqueio, era incitar a agitação que levaria à derrubada do governo liderado pelos militares que assumiu o poder após golpes de 2020 e 2021.
Diop também disse que o apelo da União Africana por uma resposta internacional, incluindo o compartilhamento de inteligência, reflectia uma má compreensão das condições no terreno.
Referir que os governos militares do Mali, Níger e Burkina Faso se retiraram do bloco regional da África Ocidental CEDEAO, distanciaram-se dos aliados ocidentais e se voltaram para a Rússia em busca de apoio militar.
