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Governo deve melhorar políticas públicas para evitar fuga de cérebros para Europa
O Estado angolano deve melhorar as políticas públicas para evitar que mais jovens emigrem para Europa, fundamentalmente Portugal. O apelo é do politólogo Almeida Pinto quando comentava a visita do Primeiro-Ministro português, Luís Montenegro, ao país.
Almeida Pinto nota que as políticas ligadas a habitação e ao emprego ainda não satisfazem a juventude, maior franja da população angolana.
“O que se pode fazer é melhorar educação, emprego e habitação. Isso deve servir como bandeira para conter os jovens. Os salários não estão de encontro com o nível de vida, cesta básica está alta, sistema de saúde não é o que se deseja, educação longe de satisfazer necessidades básicas da população. Então, estão a tentar encontrar meio termo fora. O país tem tudo para dar certo. O Executivo deve encontrar o seu eixo para atrair os jovens”, disse.
O especialista lembra que saem de Angola pessoas de vários extractos sociais que procuram em Portugal melhores condições. Pinto recorda ainda que são pessoas com formação superior, mas que preferem trabalhar em restauração e centros de acolhimentos de idosos para poderem sobreviver.
“Grande parte das pessoas que migram para fora estão no sector primário para ser empregado de mesa ou doméstica, se fazem porque o nível de vida é melhor. A força do trabalho que está a sair, estamos a oferecer mão de obra para outros países”, lamentou.
Por isso, entende ser necessário adopção de políticas que atraiam a juventude a não abandonarem o país sob pena de se ter em Angola uma população maioritária velha como se regista em alguns países europeus.
“A prática está longe do discurso político, mas deve facilitar exactamente a aquisição de vistos e não haver muita burocracia. Devemos trabalhar mais para manter os jovens se não teremos uma Angola que os jovens não constituem a população activa”, falou.
Esta terça-feira, o Primeiro-Ministro português garantiu que as políticas migratórias do seu país são as mesmas e é desejo do seu governo ver a circulação dos dois povos sem constrangimentos desde que se cumpram os requisitos exigidos.