África
Golpe militar no Gabão é oitavo na África Ocidental e Central desde 2020
Um grupo de militares de alta patente do Gabão afirmou ter tomado o poder na madrugada desta quarta-feira, 30, minutos depois de o órgão eleitoral do Estado centro-africano ter anunciado que o Presidente Ali Bongo tinha ganho um terceiro mandato.
Os oficiais afirmaram ao canal de televisão Gabon 24 que representavam todas as forças de segurança e defesa do Gabão. Os resultados das eleições foram anulados, todas as fronteiras foram encerradas até nova ordem e as instituições do Estado foram dissolvidas.
Ouviram-se tiros na capital, Libreville, após a declaração que anunciava a destituição de Bongo, cuja família governa o país produtor de petróleo e manganês há mais de meio século, disse um repórter da Reuters.
Não houve comentários imediatos do governo do Gabão, que é membro do grupo produtor de petróleo OPEP, e não houve informações imediatas sobre o paradeiro de Bongo, que foi visto pela última vez em público a votar na votação de sábado.
A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, disse que a França, antiga potência colonial do Gabão, estava a acompanhar de perto a situação.
Se for bem sucedido, o golpe será o oitavo na África Ocidental e Central desde 2020. O último, no Níger, ocorreu em Julho. Os militares também tomaram o poder no Mali, na Guiné, no Burkina Faso e no Chade.
O Níger e outros países do Sahel têm-se debatido com insurreições islamistas que minaram a confiança nos governos democráticos. O Gabão, que fica mais a Sul, na costa atlântica, não enfrenta os mesmos desafios, mas um golpe de Estado seria mais um sinal de recuo democrático numa região volátil.
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