Economia
Goiaba: praga derruba produção de 190 para 10 toneladas no Cuanza Sul
Uma praga de fungos, mosca da fruta e nemátodos afectou a colheita da goiaba este ano na Fazenda Gravidade, no município do Amboim, província do Cuanza Sul, reduzindo-a de 190 para 10 toneladas.
Em declarações à Angop, a gestora da Fazenda Gravidade, localizada na comunidade da Boa Viagem, Célia Luís Lanes, disse que a pestilência atingiu 10 hectares da fazenda.
“A situação é complicada, teríamos uma colheita de três a quatro toneladas de goiaba por semana, porém a praga afecta até a distribuição dos nossos produtos para o mercado interno”, disse a fazendeira.
Citrinos, mamão, banana e outras culturas, numa extensão de 150 hectares de terras exploradas, também foram afectados pela praga.
“A manga é produzida em 10 hectares, a goiaba em 15, citrinos em 25, a banana em 17 hectares ao passo que o café em meio hectare”, disse a entrevistada, acrescentando que toda a zona circunvizinha está afectada e infectada pela mesma praga que arrasa as plantações sem poupar também o feijão e o café arábica.
Célia Luís Lanes referiu que o preço dos pesticidas estão muito elevados e não compensa a produção. No seu entender, se se quiser alavancar a agricultura deve-se reduzir o preço dos produtos sob pena de haver perda da produção.
“Necessito de cinco a sete litros de pesticidas para assegurar a produção em cada um hectare e no mercado vendem um litro por cinco mil kwanzas”, informou, dizendo que é preciso fazer isto em cada 21 dias ou trimestralmente, independentemente da cultura.
Para si, a solução de combate às pragas é a mudança das culturas para novos campos tendo em conta que exploram apenas 150 hectares dos 10 mil hectares existentes.
A par disso, a fazenda desenvolve um projecto desde 2016 no domínio da cafeicultura, em parceria com o Governo, que visa o fornecimento de plantas, tendo sido fornecido já mais de um milhão de pés de café. Neste momento, estão plantadas já mais de 200 mil plantas de café arábica em estufas.
A Fazenda Gravidade é um projecto-piloto iniciado em 2002 financiado pelo Banco de Poupança e Crédito (BPC), cuja irrigação é feita por drenagem e aspersão. Apenas exploram 150 dos 10 mil hectares existentes.
Actualmente, a fazenda conta com 35 trabalhadores, dos 50 necessários asseguram a produção.
Por Angop