Desporto
Girabola arranca agitado com alterações na tabela
A 40 ª edição do Campeonato Nacional de Futebol da I Divisão, Girabola, marcado à partida pela imperatividade de ter de terminar mais cedo, de modo a acertar o passo com o calendário competitivo da Confederação Africana, segue agitado no topo e na cauda da tabela classificativa, depois da disputa da terceira jornada, no final de semana, ainda sem o concurso do bicampeão 1º de Agosto.
Nas notas positivas da ronda, destaque para a consistência evidenciada pelo Interclube, ao somar o segun-do triunfo consecutivo na pro-va, diante do Sagrada Espe-
rança, a grande sensação da época passada, que procura os caminhos para visar a baliza dos adversários.
Ao apostar na continuidade do técnico Paulo Torres, a formação da Polícia Nacional tem revelado crescimento, quer no processo defensivo quer nas acções ofensivas, evolução que sustenta a liderança isolada na tabela classificativa, com 7 pontos. Em sentido oposto, Ekrem Asma procura encontrar as razões da inércia do ataque dos diamantíferos, cujo registo é nulo, em três jogos disputados.
O empate sem golos, entre o Petro de Luanda e o 1º de Maio de Benguela, sábado no Estádio Nacional 11 de Novembro, ganhou ênfase com a reacção dos treinadores, no final do desafio. Pelos petrolíferos, Roberto Bianchi lamentou o facto de o adversário ter apostado no jogo passivo, por forma a fazer passar o tempo, enquanto Agostinho Tramagal, em resposta, recusou a rotulagem de ponto com sabor a vitória, ao assumir que os proletários visitaram a capital do país apostados em derrotar os tricolores, por isso exige que respeitem a formação benguelense, um histórico do futebol angolano, com dois títulos no palmarés.
Apesar da prova estar numa fase embrionária, a perda de pontos representa um atraso para o Petro de Luanda, por apostar todas as fixas na conquista do título, com vista a interromper o jejum de quase uma década sem consagração, quando o seu arqui-rival 1º de Agosto dá sinais de fortaleza e estabilidade no objectivo de anular a desvantagem na galeria dos campeões, fixada em quatro troféus, 15 dos petrolíferos e 11 dos militares.
Sem muito alarido, contrariamente aos últimos anos, o Kabuscorp do Palanca foi ao Huambo derrotar o JGM, por 2-1, resultado que permite controlar a segunda posição, com os mesmos seis pontos do Recreativo do Libolo, vitorioso (1-0) na jornada, frente à Académica do Lobito, na vila de Calulo.
No Lubango, o Desportivo da Huíla aproveitou o factor casa para desfeitear o estreante Cuando Cubango FC, por 3-1. Em nove pontos possíveis, os militares da Frente Sul somaram 5, ao passo que os confrades do Leste conseguiram apenas três, números alinhados com o seu perfil de equipa pouco competitiva.
Peso do empate
Auto-intitulado favorito à vitória, por jogar em casa diante do Progresso Sambizanga, adversário saído de um “defeso prolongado”, por ter calhado nas duas primeiras jornadas com os “africanos” 1º de Agosto e Petro de Luanda, o Domant FC do Bengo procura digerir os efeitos do empate a uma bola.
Além do atraso na classificação, a equipa de Bula Atumba está na iminência de protagonizar a primeira mudança de treinador no presente Girabola. Francisco André “Kito” colocou o lugar à disposição, alegadamente por ingerência no seu trabalho por parte da direcção encabeçada por Domingos António, que negou tal acusação.
Cabibi, jogador considerado influente na manobra da equipa, casou-se na sexta-feira e ficou à disposição do plantel no sábado, mas não foi seleccionado para o desafio. No final, o presidente, segun-do relatou o próprio à Rádio Cinco, questionou de forma amistosa o treinador, por não ter utilizado o atleta.
Numa jornada com registos modestos, 12 tentos em sete jogos, média de 1,7 por partida, que teve o contributo do empate sem golos entre o Recreativo da Caála e o Sporting de Cabinda, fica adiado o desafio 1º de Agosto-FC Bravos do Maquis.