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“Gestores escolares que vendem vaga devem ser responsabilizados”, defende MEA

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O Movimento dos Estudantes de Angola (MEA) defende que haja responsabilização criminal de todos os gestores que vendem vaga nas instituições escolares do país.

Segundo o Presidente do MEA, Francisco Teixeira, são reiteradas as denúncias de cidadãos sobre a venda de vagas nas instituições de ensino do país, nalgumas vezes, pelos próprios gestores escolares.

Francisco Teixeira, que falava em Conferência de Imprensa, realizada em Luanda, na última quarta-feira, começou por fazer um balanço negativo sobre o ano lectivo findo, classificando como tendo sido negativo, a julgar pelo “número elevado de pessoas que não conseguiram estudar, por insuficiência de salas de aulas”.

O líder associativo apontou ainda o “número significativo de estudantes que desistiram pela distância da casa para a escola por causa da subida do preço dos transportes públicos que condicionou muito os estudantes que não têm poder financeiro para pagar 150 kwanzas”.

Outra dificuldade, que segundo o MEA afectou, de forma negativa, o ano lectivo 2023/24, foi a carência de professores em várias escolas do pais, o que levou a que não fosse possível cumprir com a dossificação das matérias em várias disciplinas. Ainda a falta de laboratórios, bibliotecas e de merenda escolar também entraram nas contas do MEA no balanço das retrospectivas.

O presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos prometeu trabalhar com a justiça, de forma a responsabilizar todos os gestores escolares que no próximo ano lectivo venham a proceder a venda de vagas de estudantes nas mais variadas instituições de ensino.

“No IMEL, no Makarenco não entendemos serem as escolas mais corruptas, onde não se [entra] estuda sem se pagar nada. Já vai ha 4, 5 anos que temos denunciado estas escolas… porque não se estuda nestas escolas técnicas todas sem pagar 200 a 300 mil Kwanzas [para o ingresso]”, denunciou.

Em função disto, Francisco Teixeira promete acionar os órgãos de justiça do país, no sentido de se investir e responsabilizar todos os gestores que se vierem a provar como tendo vendido vagas.

“Nós vamos acionar o SIC e a justiça para que haja maior investigação, maior pressão e que os comerciantes de vagas sejam devidamente acompanhados e punidos”, afirmou categórico.

Em termos de perspectivas, o MEA prevê 2024/2025 como um ano lectivo difícil, pelos mesmos problemas vividos no ano lectivo findo.

Sobre este ano, Francisco Teixeira olhou para a capital do país, e aponta o dedo ao Governo provincial de Luanda, pelo facto de não ter criado condições para albergar os alunos das escolas que vão ser reabilitadas, e que por esta razão, estão encerradas. Trata-se das escolas 147 na zona dos Combatentes, do Ngola Kanini, no Largo das Escolas e da Escola Grande no Cazenga, que segundo fez saber, abservem cada uma cerca de mil estudantes todos os anos.

“Estas escolas vão entrar em obras, já foram desestruturadas, e nós perguntamos ao governo provincial, perguntamos ao Ministério da Educação, onde vão estudar as crianças que vivem naquela circunscrição?… Quanto tempo, a escola, por exemplo, 3014 no Cazenga que está parada há mais de três anos, serão reabilitadas?”, interrogou, retórico.

Radio Correio Kianda




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