Politica
Gestão diplomática dos conflitos na região entre as prioridades de Angola na União Africana, afirmam analistas
Quando regressar a Luanda na próxima segunda-feira, 17, o Chefe de Estado, João Lourenço, será já o novo Presidente em exercício da União Africana, honroso cargo para o qual vai ser confirmado, este sábado 15, inscrevendo assim o nome de Angola na lista das nações que alguma vez lideraram a maior organização político-diplomática do continente.
A cerimónia em que o Presidente João Lourenço receberá das mãos do seu antecessor, Chefe de Estado da Mauritânia a batuta simbólica do poder rotativo na mais aguardada das plenárias, está prevista na edição anual da trigésima oitava Conferência Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana.
João Lourenço começa a cumprir o seu programa de trabalho, participando numa reunião de alto nível do Conselho de Paz e Segurança da União Africana, convocada expressamente para abordar as críticas situações de segurança do Sudão e do Leste da República Democrática do Congo (RDC). Está previsto que o Presidente João Lourenço discurse nesse encontro, onde se aguarda a presença de figuras como o Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e os Presidentes do Congo Democrático, Félix Antoine Tshisekedi, e do Ruanda, Paul Kagame.
O especialista em relações internacionais Adalberto Malú defendeu como prioridade estratégica de Angola a gestão eficaz e diplomática dos conflitos, tanto na RDC como no Sudão.
Já o cientista político Eurico Gonçalves afirmou que será uma oportunidade de angola demonstrar o que pensa sobre o continente e seu desenvolvimento. Eurico elege como prioridade restaurar a confiança e confiança dos estadistas pensando África, bem como o alcance da estabilidade no continente berço.
Adalberto Malú defende ainda ser necessário consolidar a União Africana como agente de resolução de conflitos, pelo que adverte a adoptar uma postura neutra na crise pós eleitoral em Moçambique.
O cientista político Eurico Gonçalves defende também o reforço da unicidade entre os países. O especialista salientou ainda que para fazer face as múltiplas e complexas ameaças e desafios que o continente vivencia no presente, o Presidente João Lourenço deverá evitar o confronto e demonstrar aproximação aos beligerantes.
O especialista moçambicano, Arsénio Cuco, defendeu também uma atenção ao terrorismo em Moçambique, para além dos países da região do Sahel, cujos governos conquistaram poder por via de golpes de estado, constituem desafios do Presidente João Lourenço.