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General Zé Maria condicionou a devolução de documentos sobre à batalha do Cuito Cuanavale a um encontro entre JES e JLO

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O ex-chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), general António José Maria, condicionou a entrega dos documentos referentes à batalha do Cuito Cuanavale em sua posse a um encontro entre o Presidente da República, João Lourenço, e o seu antecessor, José Eduardo dos Santos.

Esta informação foi prestada hoje, quarta-feira, em tribunal pelo chefe adjunto do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE), José  Coimbra Baptista Júnior, no caso em que António José Maria é acusado de extravio de documentos e de insubordinação.

De acordo com o responsável, que responde na qualidade de testemunha arrolada pelo Ministério Público, no dia 11 de Fevereiro de 2019 esteve presente no encontro que o réu manteve com o chefe do SINSE, general Fernando Garcia Miala.

Referiu que neste encontro foi transmitida ao ex-chefe do SISM uma ordem do comandante-em-chefe das Forças Armadas Angolanas, João Lourenço, no sentido de proceder a devolução dos documentos referentes à batalha do Cuito Cuanavale no prazo de 48 horas.

Informou que, na ocasião, o réu António José Maria mostrou-se retinente em cumprir com esta ordem, apesar de se ter tentado persuadi-lo sobre as consequências que poderiam advir da sua atitude.

José Coimbra disse que apesar das tentativas do general Fernando Garcia Miala em chamar a atenção a António José Maria, este último manteve a sua atitude informando que os referidos documentos se encontravam na Fundação José Eduardo dos Santos ( FESA), onde estava a concluir um trabalho relacionado com a batalha do Cuito Cuanavale.

Requerimento da defesa

Na sequência do interrogatório, a defesa apresentou um requerimento a pedir a confrontação da assinatura do despacho feito na informação especial dirigida ao comandante–em-chefe das Forças Armadas que deu entrada na Procuradoria Geral da República a 14 de Fevereiro do ano em curso.

Este despacho despoletou a acusação de insubordinação por parte do general José Maria, cuja assinatura, de acordo com José Coimbra, não se assemelha a do Chefe de Estado angolano.

No requerimento da defesa, que alega “falsidade de declarações”, pede-se ao tribunal a averiguação do autor dessa assinatura e se o mesmo foi delegado para este fim pelo Mais Alto Mandatário da Nação.

Para justificar a sua pretensão, a defesa apresentou a testemunha uma menção honrosa dirigida ao réu António José Maria rubricada pelo Chefe de Estado com a assinatura constante no despacho da informação especial,  tendo o mesmo informado que as mesmas não são semelhantes.

Neste contexto, o tribunal pediu tempo para dar resposta definitiva a esse requerimento, visto que a referida assinatura terá de passar por uma perícia.

 

C/ ANGOP

 

 

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