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General ‘Kopelipa’ responde pelo gabinete de vice-Presidente de Angola
O general Manuel Vieira Dias ‘Kopelipa’ foi designado pelo chefe de Estado angolano, José Eduardo dos Santos, para “responder pelo gabinete” do vice-Presidente da República, Manuel Vicente, que se vai “ausentar temporariamente” de Angola.
A indicação consta de um despacho presidencial de 26 de Junho, ao qual a Lusa teve hoje acesso, em que José Eduardo dos Santos designa aquele general, ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, “para responder pelos assuntos do gabinete” de Manuel Vicente, “enquanto durar a ausência daquela entidade”.
O despacho 147/17 não refere motivos para esta decisão, apenas indica que o vice-Presidente se “vai ausentar do país em visita privada temporariamente”.
Angola realiza eleições gerais a 23 de agosto próximo, com Manuel Vicente a concorrer a deputado, depois de um mandato de cinco anos como vice-Presidente.
Na quinta-feira, naquele que terá sido o seu último ato público antes da ausência do país, Manuel Vicente inaugurou a segunda central do aproveitamento hidroelétrico de Cambambe, na província do Cuanza Norte, que ampliou a sua produção energética de 180 para 960 megawatts, para beneficiar oito milhões de pessoas, após um investimento de dois mil milhões de dólares (1,7 mil milhões de euros).
A 21 de junho, foi divulgada a decisão do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa de levar a julgamento os arguidos do processo Operação Fizz, no qual constam Manuel Vicente, vice-Presidente de Angola, e o procurador do Ministério Público Orlando Figueira.
No processo, que investigou crimes económico-financeiros, o vice-Presidente angolano é suspeito de ter corrompido Orlando Figueira para que o procurador arquivasse dois inquéritos, um deles o caso Portmill, relacionado com a alegada aquisição de um imóvel de luxo no Estoril.
Em causa na Operação Fizz estão alegados pagamentos de Manuel Vicente, no valor de 760 mil euros, ao então magistrado do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) para obter decisões favoráveis.
A juíza Ana Cristina Carvalho confirmou os crimes constantes na acusação e decidiu mandar para julgamento Manuel Vicente por corrupção activa em coautoria com Paulo Blanco e Armindo Pires, branqueamento de capitais em coautoria com Paulo Blanco, Armindo Pires e Orlando Figueira e falsificação de documento com os mesmos arguidos.
Orlando Figueira está pronunciado por corrupção passiva, branqueamento de capitais, violação de segredo de justiça e falsificação de documentos, o advogado Paulo Blanco por corrupção ativa em coautoria, branqueamento também em coautoria, violação de segredo de justiça e falsificação documento em coautoria.
Armindo Pires irá responder em julgamento por corrupção activa em coautoria com Paulo Blanco e Manuel Vicente, branqueamento de capitais em coautoria com Manuel Vicente, Paulo Blanco e Orlando Figueira e falsificação de documento com coautoria com os mesmos.