Sociedade

General “Kopelipa” diz que não se apropriou de projetos do Estado

Publicado

em

O general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” negou esta segunda-feira, 2, as acusações do Ministério Público, segundo as quais teria passado parte de projetos habitacionais pagos pelo Estado a interesses privados.

“Kopelipa”, que preferiu responder ao interrogatório de pé, apesar de o tribunal ter oferecido a possibilidade de se sentar, disse que há “confusão” nos factos apresentados pelo Ministério Público, que são “inverídicos”.

“Não me apropriei de nenhum edifício como diz a acusação, porque não dividi nenhum projeto”, respondeu “Kopelipa”, que é arguido no processo juntamente com o também general Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, Fernando Gomes dos Santos, Yiu Haiming, e as empresas China International Found (CIF), Plansmart International Limited e Utter Right International Limited.

A sessão desta segunda-feira, ficou igualmente marcada pelo indeferimento do tribunal a uma questão levantada pela defesa sobre a presença na câmara criminal de um dos juízes conselheiros adjuntos colocado também na câmara do cível, estando a praticar e a decidir simultaneamente actos judiciais nas duas câmaras, o que pode gerar “nulidade insanável”, tendo a defesa interposto recurso.

O tribunal seguiu para o interrogatório ao primeiro dos sete arguidos, acusado dos crimes de tráfico de influências, branqueamento de capitais, peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa e abuso de poder.

O general “Kopelipa” não houve nenhum contrato de empreitada entre o Gabinete de Reconstrução Nacional do Governo de Angola (GRN) e a CIF Angola.

De acordo com a acusação, o projeto de habitação social Zango Zero era público, mas em 2010 foi repartido em dois, passando para uma entidade privada, o que foi rejeitado pelo arguido.

O Estado, segundo o general “Kopelipa”, figura ligada ao ex-Presidente da República de Angola José Eduardo dos Santos (já falecido), foi responsável pela construção de apenas 22 edifícios naquele projeto de habitação social em Luanda, e os restantes eram de iniciativa da CIF Angola, os quais chegaram a ser visitados pelo ex-chefe de Estado.

Naquela altura, o antigo Presidente angolano visitou o projeto em desenvolvimento pela CIF Angola, havendo já seis edifícios em fase de acabamento, oito em estado avançado de construção e dez na fase inicial de obras.

Sobre a relação do GRN com a CIF Angola, “Kopelipa” disse que decorreu de um memorando de entendimento que tinha como obrigação assegurar um quadro de incentivo ao programa de investimento desta empresa de origem chinesa, entre os quais o desembaraço aduaneiro de mercadorias, para pagamento posterior, bem como assegurar acesso aos terrenos, segurança protetiva à implementação dos seus investimentos.

O tribunal continua, hoje terça-feira, 3, a ouvir o general “Kopelipa”, enquanto foram dispensados os arguidos Leopoldino Fragoso do Nascimento, Fernando Gomes dos Santos, Yiu Haiming, as empresas Utter Right International Limited, Plansmart International Limited e CIF Angola.

 

 

Deixar uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Exit mobile version