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Gaza: Israel vai manter tropas no Corredor Filadélfia

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Israel garantiu hoje que não se vai retirar do Corredor Filadélfia, uma zona tampão de 14 quilómetros entre Gaza e o Egipto, apesar de a saída dos seus militares estar estipulada no acordo de cessar-fogo com o Hamas.

“Não sairemos do Corredor de Filadélfia”, lê-se num comunicado divulgado aos meios de comunicação israelitas e internacionais por uma alta autoridade israelita.

“Não permitiremos que os assassinos do Hamas voltem a percorrer as nossas fronteiras com camiões e armas e não permitiremos que recuperem forças através do contrabando”, acrescentou.

De acordo com os documentos que a agência de notícias EFE teve acesso, Israel deveria começar a retirar as suas tropas no último dia da primeira fase do cessar-fogo, ou seja, no 42º. segundo dia, que será no sábado – e abandonar por completo o corredor antes do 50º dia da trégua.

O Corredor Filadélfia foi um dos pontos mais disputados entre Israel e o grupo islamita Hamas durante as negociações do cessar-fogo, com a delegação israelita a exigir permanecer ali durante meses.

A trégua entre Israel e o Hamas foi negociada por três países – Qatar, EgiPto e Estados Unidos, e entrou em vigor em 19 de Janeiro na Faixa de Gaza.

“O Corredor Filadélfia não será evacuado. Se Israel perder o controlo, Gaza tornar-se-á um reino do terrorismo”, disse o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, numa conferência de imprensa em setembro, acrescentando que o corredor se havia tornado o “tubo de oxigénio” do Hamas, através do qual o grupo se rearmava.

A passagem de Rafah, entre Gaza e o Egipto, está localizada neste corredor e foi reaberta em 01 de Fevereiro – após meses de encerramento por Israel devido à guerra – para permitir a transferência de residentes de Gaza doentes e feridos para o país vizinho.

O anúncio de Israel surge dois dias antes do final da primeira fase do acordo de cessar-fogo, sem que nem o Hamas, nem as autoridades israelitas tenham anunciado qualquer progresso nas negociações para a segunda fase, que deverão começar no domingo e conduzir a um fim “sustentável” das hostilidades em Gaza.

Altos responsáveis israelitas, citados pela imprensa local, dizem que o Governo de Netanyahu pretende prolongar a primeira fase da trégua , o que lhe permitiria manter os ataques que realiza diariamente na Faixa e a presença militar na zona tampão da fronteira – em vez de avançar para a segunda etapa do cessar-fogo.

A guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza começou após o ataque do grupo islamita palestiniano ao território israelita em 07 de outubro de 2023, que fez mais de 1.200 mortos. Na Faixa de Gaza, a ofensiva militar israelita já provocou mais de 48 mil palestinianos mortos.




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