Ligar-se a nós

África

G20: EUA iniciam processo de isolamento da África do Sul

Publicado

em

Diferente da Administração Biden na Casa Branca, o Governo de Donald Trump não se quer dar ao trabalho de procurar uma normalização ou omitir a divergência que mantém com a África do Sul, e já anunciou que o seu secretário de Estado não se fará presente na reunião dos chanceleres do G20 a ter lugar na África do Sul, uma decisão com potencial de precipitar opções semelhantes de outras Nações, face ao peso político dos EUA no mundo.

A anunciada ausência do secretário de Estado dos Estados Unidos da América (EUA), Marco Rubio, na reunião dos chanceleres do Grupo de 20 Nações mais ricas do mundo (G20), que deverá ocorrer entre os dias 20 e 21 deste mês, na África do Sul, país que assumiu recentemente a presidência do organismo – está a ser vista como o início de um processo que visa isolar Pretória.

A medida foi anunciada poucos dias depois de os EUA terem optado por suspender todos os financiamentos que têm destinado à África do Sul, uma decisão justificada com alegado facto de que a Administração de Cyril Ramaphosa esteja a confiscar terras e tratar “muito mal certas classes de pessoas”.

Mas para diferentes observadores, a razão de fundo pode ser outra, e pode ter a ver, sublinham, com as posições que a África do Sul passou a adoptar a nível internacional, que, em grande medida, parecem contrárias aos interesses da maioria dos países liberais, e favoráveis a seus parceiros no BRICS, a Rússia e a China.

O segmento que tende a duvidar das razões apresentadas pelos EUA, apontam as sanções que Washington acaba de impôr ao Tribunal Penal Internacional (TPI), como resposta às decisões que este órgão judicial andou a tomar nos últimos anos.

O decreto de Trump impõe sanções financeiras e de visto a indivíduos e seus familiares que ajudarem nas investigações do TPI sobre cidadãos norte-americanos ou aliados dos EUA.

De referir que em Novembro passado, a Corte emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa daquele país, por conta da guerra que os judeus travam com o Hamas, em Gaza.

Entretanto, com o boicote anunciado em relação à reunião do G20 na África do Sul, fica evidente que, contrariamente a Administração Biden na Casa Branca, o Governo de Donald Trump não se quer dar ao trabalho de procurar uma normalização as relações com a África do Sul ou omitir a divergência que mantêm, e a anunciada ausência do secretário de Estado norte-americano à tão aguardada reunião das 20 Nações mais ricas tem potencial de precipitar opções semelhantes de outros países aliados, tendo em conta o peso político dos EUA no mundo.




© 2017 - 2022 Todos os direitos reservados a Correio Kianda. | Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização.
Ficha Técnica - Estatuto Editorial RGPD