Economia
Fundo Soberano investe 2 milhões de dólares em mineira australiana
“Quando for completado o negócio, o Fundo será um investidor estratégico na companhia, detendo aproximadamente 4,8% das ações após o aumento de capital da companhia”, acrescenta-se no texto, que explica que “os fundos agora angariados vão ser usados para lançar o Estudo Definitivo de Viabilidade do projeto Longonjo”, em Angola.
Trata-se de “um grande projeto mineiro a ser desenvolvido em Angola há bastante tempo; está a ser pensado para ser um dos maiores fornecedores de metais magnéticos fundamentais para a transição energética, esperando-se uma forte procura para os veículos elétricos e dos produtores de turbinas eólicas ao largo da costa”, disse o presidente da empresa, Paul Atherley, citado no comunicado.
“Vai providenciar empregos e um estímulo económico numa altura em que o Governo de Angola está ativamente a procurar atrair investimento externo para diversifica a economia”, acrescentou.
A Pensana Rare Earths e o Projeto Longonjo têm potencial para gerar lucros sustentáveis de longo prazo para Angola e para o povo angolano”, disse o presidente do Fundo, Carlos Alberto Lopes, também citado no comunicado.
Em abril do ano passado, foi noticiado que um projeto de prospeção de minerais no município de Longonjo, na província angolana do Huambo, que durou cerca de dois anos, permitiu identificar 23.000 milhões de toneladas de metais valiosos, conhecido por “Terras Raras”.
O projeto mineiro, cuja exploração estava prevista começar este ano, foi feito em parceria entre a empresa angolana Ferrangol e a australiana Pensana, indicou o diretor administrativo da Ozango Minerais (empresa resultante da parceria), Timothy George, que não adiantou números sobre o investimento nem o valor dos metais em causa.
Segundo Timothy George, citado pela Angop, a jazida tem perto de 2,5 quilómetros de diâmetro de chaminé, tendo sido efetuados, na fase de prospeção, mais de 200 furos de sondagem da superfície a uma profundidade de 35 metros, numa malha de prospeção de 500/700 metros.
Os equipamentos para a fase de exploração, que decorrerá num período de 10 a 20 anos, serão montados no próximo ano, acrescentou, sublinhando que a empresa está atualmente a efetuar prospeções de Terras Raras, que produzem um íman de grande durabilidade que pode ser utilizado para motores de carros elétricos e turbinas eólicas, bem como para uso militar ou hospitalar, entre outros.
Timothy George disse estarem em curso trabalhos de sondagem, amostragem, mineralogia, testes metalúrgicos, estimação de recurso mineral, engenharia de projeto, avaliação da mina a céu aberto, estudos de custos e avaliação de impacto ambiental e social, além da consulta à comunidade local.
Considerado como “o ouro do século XXI”, pela sua raridade e valor económico, as Terras Raras são metais que servem de matéria-prima essencial para itens de alta tecnologia.
Localizá-los com o grau de pureza e concentração necessárias é uma tarefa difícil, razão pela qual são tidos como raros.
Entre as características de maior destaque estão a condução de calor e eletricidade, além de se tratar de estruturas que são altamente magnetizáveis.
As suas propriedades químicas e físicas são utilizadas numa grande variedade de aplicações tecnológicas e estão incorporadas em supercondutores, magnetos, catalisadores, entre outros.
São minérios que garantem características únicas a diversos tipos de ligas metálicas, como os iPhones, carros híbridos, lasers, entre outros.
O consumo desses minerais, em todo o mundo, chega a 150 mil toneladas/ano.
Os tipos de metais conhecidos por Terras Raras chegam a 17. Porém, seis tipos são mais conhecidos: Neodímio, Lantânio, Praseodímio, Gadolínio, Samário e Cério.
A China é o principal produtor e mercado do minério.
C/ Lusa