Economia
FMI: Especialista alerta que divida de Angola que vai até 2045 representa risco para futura geração
O Fundo Monetário Internacional através do Programa de Financiamento Ampliado (EFF) de Angola, disponibilizou cerca de 4,5 mil milhões, para o período de 2018 a 2021, cujo reembolso vai até 2023, informou o representante residente do FMI em Angola, Marcos Souto.
O responsável do Fundo Monetário Internacional deu a conhecer que inicialmente o programa tinha um envelope de um total de 3,7 bilhões de dólares a ser reembolsado ao longo de três anos e em tranche semestral, mas devido à pandemia da Covid-19, que afectou a economia global e angolana, o valor de financiamento estendido para 4,5 bilhões de dólares que o FMI concedeu ao governo Angolano.
A informação foi avançada durante o encontro entre a Plataforma Angolana da Cidadania sobre a Dívida Pública (PACDP) e o representante do FMI, Marcos Souto, realizada nesta quinta-feira, 19 de Maio, em Luanda.
Marcos Souto disse que a intenção deste financiamento é que o país financiado volte a ser sustentável e por conta disto entende ser necessária a correção dos problemas de natureza econômica, estrutural do país.
Por sua vez, o secretário geral do Plataforma Angolana da Cidadania sobre a Dívida Pública (PACDP), Manuel Pembele, disse à imprensa, no final do referido encontro, que a reunião serviu para apresentação da PACDP, o seu objecto de trabalho e na sequência de uma actividade realizada no dia 12 de Abril do corrente ano, com o tema “sobretaxas do FMI: impacto na economia de Angola e na realização dos direitos dos cidadãos”.
De acordo com Manuel Pembele, Angola vai pagar de sobretaxas até 2023, com uma sobretaxa de 145 milhões de dólares relacionado aos acordos de financiamentos que o governo tem com FMI, com início em 2018 e término em 2021 e cujo processo de pagamento vai até 2023.
O responsável do PACDP realçou que este financiamento, recebido pelo governo Angolano, visa promover o país em processo de transparência e o equilíbrio na balança de pagamento do governo.
O também especialista em gestão de dívidas públicas frisou que é importante que o executivo use o valor destas dividas em programas prioritários que possam criar rendimento num curto e médio prazo, e evitar que O país pague as dívidas até 2024.
Manuel Pembele enfatizou que “estamos cada vez mais a hipotecar a vida da geração actual e da geração futura”.