Economia

FMI antecipa crescimento fraco da economia angolana nos próximos anos

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Apesar do alívio gradual da inflação, Angola continuará a enfrentar crescimento económico fraco e fortes pressões financeiras nos próximos anos, sobretudo devido ao elevado serviço da dívida, segundo a missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) que concluiu esta quinta-feira, 18, as consultas ao país no âmbito do Artigo IV.

Na avaliação da equipa liderada por Mika Saito, o abrandamento da economia em 2025 com crescimento estimado em 1,9%, contra 4,4% em 2024  resulta da queda dos preços e da produção petrolífera, bem como do desempenho ainda moderado do sector não petrolífero. Para 2026, o FMI antecipa uma expansão igualmente contida, em torno de 2,0%, sinalizando que a retoma deverá ser lenta.

Embora a missão reconheça que as pressões inflacionistas continuam a diminuir, a inflação deverá encerrar 2025 ainda em níveis elevados, cerca de 17,2%, mantendo-se como um dos principais desafios macroeconómicos.

O Fundo alerta que, no curto prazo, as pressões financeiras permanecem elevadas, impulsionadas pelo peso do serviço da dívida pública. Ainda assim, os técnicos destacam positivamente o orçamento de 2026, que, segundo o FMI, demonstra determinação das autoridades angolanas em ajustar a despesa, conter riscos fiscais e preservar a sustentabilidade da dívida, ao mesmo tempo que procura proteger as camadas mais vulneráveis da população e sustentar o crescimento.

A médio prazo, o FMI sublinha que uma recuperação mais robusta da economia angolana dependerá do avanço efectivo da diversificação económica, reduzindo a dependência do petróleo.

Recorde-se que o FMI concedeu a Angola 4,43 mil milhões de dólares entre 2018 e 2020, no âmbito de um programa de assistência financeira, dos quais o país ainda deve cerca de 3,59 mil milhões de dólares. O programa implicou reformas estruturais, incluindo a retirada gradual dos subsídios aos combustíveis. As conclusões desta missão deverão agora ser analisadas pelo Conselho Executivo do FMI em fevereiro de 2026.

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