Politica
Fluxo migratório de África à Europa constitui desafio para presidência de Angola na UA
A questão do fluxo migratório, sobretudo da juventude que procura melhores condições de vida noutros cantos do mundo, e que tem causado morte de muitos africanos no Mar Mediterrânio, será um dos desafios da presidência angolana na União Africana.
A afirmação é do especialista em relações internacionais, Cesário Zalata, que se mostra também confiante que o Presidente João Lourenço poderá contar com o apoio de outros membros do continente, tendo em conta que detém o estatuto de campeão da paz da União Africana.
Zalata, considera de interessante Angola liderar a maior tribuna política africana e destacou o conflito nos Grandes Lagos (leste da RDC), a instabilidade que assola a região da CEDEAO, com os golpes de estado no Sahel, a braços com a problemática do terrorismo com os grupos Boko Haram, Estado Islâmico, dentre outros.
Cesário Zalata disse que João Lourenço já é uma figura política de maior visibilidade e reconhecida em África, e as atenções do campeão da paz não estarão centralizadas apenas na RDC, mas poderá tirar proveito em benefício do continente, em questões de segurança, pelas condições económicas, geopolítica, bem localizado entre os dois oceanos muito importantes como o atlântico e o indico, a norte o mar mediterrânio que liga África a Europa.
E, a presidência de Angola na União Africana (UA), a partir de Fevereiro deste ano, esteve no centro do encontro entre o Chefe de Estado, João Lourenço, e o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, nesta segunda-feira, 6 de Janeiro, em Luanda.
João Lourenço vai assumir, no próximo mês, a presidência rotativa anual da UA, sucedendo o homólogo da Mauritânia, Mohamed Ould Ghazouani, que conduz a organização político-diplomática do continente desde Fevereiro de 2024.
O encontro, decorrido no Palácio Presidencial, serviu para João Lourenço e Moussa Faki Mahamat, abordarem o estado de preparação de Angola para assumir a liderança rotativa da União Africana, durante a 38ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da UA, prevista para os dias 15 e 16 de Fevereiro.
É a primeira vez que Angola vai dirigir o órgão máximo da União Africana, facto que coincide com o ano em que o país comemora os 50 anos da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 2025.
Em declarações à imprensa, o diplomata tchadiano da UA, afirmou que o facto representa um grande desafio que o Presidente João Lourenço cumprirá com êxito, dada a sua vasta experiência na mediação de conflitos na região, para alcance da paz e segurança, e não só, disse.