Desporto
FIFA diz que será obrigatória a utilização de equipas principais no mundial de clubes 2025
Disputado anualmente desde 2005 pelos seis campeões continentais, mais um clube do país anfitrião, o Mundial de clubes do próximo ano adotará uma periodicidade quadrienal, a partir de 2025, em pleno final de época na Europa e realiza-se de 15 de Junho a 13 de Julho, nos Estados Unidos.
“A legitimidade é absoluta a partir do momento em que há uma hierarquia perfeitamente definida na modalidade. Ela decorre dos próprios estatutos da FIFA e os clubes filiados nas respetivas federações-membro têm a obrigação de respeitar os regulamentos e os estatutos da FIFA. A análise será sempre algo subjetiva, mas, se for ostensivo que um clube não se apresenta com a sua melhor equipa, será aberto um processo disciplinar”, disse Gonçalo Almeida, advogado e juiz da Câmara de Agentes do Tribunal de Futebol da FIFA.
Os 32 emblemas, de cinco confederações, serão sorteados hoje, 4, por oito grupos, de quatro equipas cada, sendo que os dois primeiros colocados rumam à fase a eliminar, que terá jogos a uma mão a partir dos oitavos de final.
“Sendo uma competição oficial, o objetivo de qualquer equipa passará por ter o melhor desempenho possível e isto significa que terá de usar necessariamente os seus melhores jogadores, mas pode fazer uma gestão pontual nesta ou naquela posição e não vai ser sobre essas opções técnicas que a FIFA intervirá do ponto de vista disciplinar”, admitiu.
Gonçalo Almeida julga que um clube “não pode querer receber contrapartidas financeiras muito altas pela sua participação e, em simultâneo, não utilizar os protagonistas que dão visibilidade à prova”, enquanto o também advogado Jerry Silva acredita que a exigência da FIFA reflete a “manifestação mais clara e inequívoca de abuso de posição dominante”.
“A FIFA define que esta competição passa a integrar o calendário regular, mas vem impor uma regra típica de uma prova particular. Fiz uma pesquisa e não encontrei nenhuma norma ou regulamento de uma competição oficial em que o organizador ou o promotor do espetáculo desportivo impusesse a obrigatoriedade de utilizar os principais atletas”, frisou.
Dos 32 participantes, 31 apuraram-se com base no desempenho na principal competição continental da sua confederação, de 2021 a 2024, e no ranking publicado pela FIFA em dezembro de 2023, enquanto a vaga remanescente ficou para o país anfitrião do Mundial.
Em outubro, logo após a conquista da fase regular da Liga norte-americana (MLS), o Inter Miami, de Lionel Messi, teve a sua presença confirmada pelo organismo, apesar de, mais tarde, ter perdido nos play-offs com o Atlanta United e falhado o título de campeão nacional, que será decidido no sábado entre New York Red Bulls e Los Angeles Galaxy.