Sociedade
Familiares do jovem morto pelo filho do director do SIC querem Justiça pelas próprias mãos
Os familiares de Ricardo Ribeiro, o jovem assassinado em 2017, por um amigo seu, Welliton Pederneira, filho do Director Adjunto do Serviço de Investigação Criminal de Luanda, adoptaram, nestes últimos dias, um discurso que indicia a realização da justiça pelas próprias mãos, fruto de o acusado estar a beneficiar de liberdade em termos que eles não percebem até aqui e os juristas consultados afirmarem, categoricamente que aquele crime não é passível de nenhuma medida cautelar, quer de liberdade provisória quer de identidade de residência, previstas na Lei de Medidas Cautelares em Processo Penal.
O assunto que passou a dominar pautas jornalísticas de alguma imprensa nos últimos quinze dias está a enfurecer pessoas de vários estratos sociais, fruto, em parte, da falta de explicação pública, por parte do tribunal ou procuradoria e, de igual forma, o facto de o jovem estar a circular no bairro da Vila Alice, em Luanda.
Durante a semana passada, os familiares disseram, em entrevista à TV Zimbo, que o jovem tem estado a ameaçar os mesmos que o abordam para saber das razões da sua soltura um ano depois do assassinato.
“Ele agora passa por nós e ainda nos ameaça quando questionamos à sua liberdade. Diz que se continuarmos a nos meter na vida dele vai trazer polícia para nos deter”. Rematou uma das senhoras presentes na entrevista.
De recordar que o Ministério do Interior, em Luanda, através da Polícia Nacional e o Serviço de Investigação Criminal, na pessoa do intendente, Mateus Rodrigues, falando recentemente à margem da conferência de imprensa em que foram apresentados jovens suspeitos de cometerem crimes diversos fez saber que a soltura do jovem envolvido no assassinato que ficou conhecido como “assassino da Vila Alice” não tinha nada a ver com a corporação que representa porquanto aquele organismo tinha feito o trabalho de casa que se consubstanciava na detenção do homicida, instrução do respectivo processo e a consequente remessa à Procuradoria.
Noutra instância, o Porta-voz dos Serviços Prisionais, confirmou a soltura do jovem, em entrevista a Rádio Despertar. Cassoma, esclareceu que a missão do organismo representa é deter ou soltar desde que o réu ou arguido apresenta um mandado ou de detenção ou soltura. “confirmo, sim a soltura do jovem mediante soltura emitida pelo próprio tribunal. Nós não podemos recusar a detenção ou soltura de alguém se o tribunal apresentar o respectivo mandado e ele saiu porque apresentou o competente expediente para tal. Portanto, só o tribunal pode esclarecer os motivos da soltura mas sabemos que saiu com uma medida cautela que é o termo de identidade e residência”. Concluiu o jovem.
Um dos irmãos da vítima identificado apenas por Pedro disse, no espaço radiofónico “a voz do cidadão” do Programa Postal da Manhã, da Radio Despertar, emitido na manhã desta terça-feira, 06 que vai matar o Williton.
“Eu sou irmão do falecido e também vou lhe matar” disse em conversa, ao telefone, com o jornalista, António Festos.
O pronunciamento daquele jovem está a ser interpretado, nos meandros do crime como uma manifestação de frustração dos familiares que diante da incapacidade do Estado em realizar a justiça entendem faze-lo pelas próprias mãos.