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Falta legitimidade ao BD para reivindicar lugares e orçamento do Parlamento, diz analista

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O Bloco Democrático não tem legitimidade política nem jurídica de vir publicamente reivindicar a dotação orçamental e representação parlamentar. A afirmação é do comentador Daniel Pereira.

Em causa, estão as afirmações do Vice-Presidente do BD, Nelson Pestana Bonavena, que informou nesta quarta-feira aos integrantes da Frente Patriótica Unida, que aquela formação política “não aceitará ser sacrificada”. Daniel Pereira pensa que caberá a UNITA auxiliar o Bloco Democrático, caso esteja a passar por dificuldades.

Daniel pensa que os bloquistas estão a exagerar, e isso, no seu entender, cria um clima de crispação entre militantes do galo negro que “podem pensar que o partido tem estado a dar dinheiro a outras formações políticas”.

“Não é bom o Bloco Democrático surgir com tom de reivindicar até questão orçamental. O que a UNITA pode fazer, em algumas circunstâncias, é auxiliar, mas reivindicar dotação orçamental, o Bloco está a exceder. Pronunciamento do género pode até proliferar instabilidade de entendimento dentro da própria UNITA como se fosse obrigada, quando até deu espaço de oportunidade para esses partidos políticos”, frisou.

Sobre a transformação da FPU em coligação eleitoral, o também académico pensa que essa pretensão não é só do BD mas, do PRA-JA, entretanto, Daniel entende que, do lado da UNITA, o assunto poderá ser discutido no congresso aprazado para 2025, mas, mostra-se céptico se o galo negro poderá ceder, ou manter o nome e seus símbolos, mas ter uma outra denominação, à semelhança do que ocorreu com a CASA-CE, em 2012.

“Resta saber se a UNITA faria essa cedência. Qualquer acto de alteração passará pelo seu órgão reitor. Talvez em 2025 poderá discutir essa questão”, disse.

O vice-presidente do Bloco Democrático, Nelson Bonavena, garantiu nesta quarta-feira que o BD não vai sair da FPU, mas espera que evolua para uma coligação para disputar as eleições gerais previstas para 2027.

Nelson Pestana Bonavena deixou recados a alguns integrantes da FPU, sem citar nomes, disse que o BD “já não vai permitir que a sua formação política seja a sacrificada”.

“Se a Frente Patriótica Unida não evoluir para coligação, que é a nossa verdadeira convicção, até porque é uma necessidade do movimento de unidade pela alternância democrática, ter uma força simbólica que interessa a todos, sendo assim não temos razões para não estar na FPU, mas não aceitaremos que desta vez sejamos nós os sacrificados porque os outros queiram atender egoisticamente os seus interesses partidários”, alertou.

Jornalista multimédia com quase 15 anos de carreira, como repórter, locutor e editor, tratando matérias de índole socioeconómico, cultural e político é o único jornalista angolano eleito entre os 100 “Heróis da Informação” do mundo, pela organização Repórteres Sem Fronteira. Licenciado em Direito, na especialidade Jurídico-Forense, foi ainda editor-chefe e Director Geral da Rádio Despertar.




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