Politica
Falta de intérprete de mandarim força interrupção do julgamento do caso generais
O Tribunal Supremo decidiu interromper o julgamento do caso dos antigos homens de confiança do ex-Presidente da República José Eduardo dos Santos, os generais Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, por falta de tradutor de mandarim para o arguido chinês.
O empresário de nacionalidade chinesa Yiu Haiming é acusado de participar no esquema fraudulento que lesou o Estado angolano em mil milhões de dólares.
O Ministério Público admitiu uma falha no arranque do julgamento, pelo facto de não ter incluído no processo a necessidade de um tradutor para o cidadão estrangeiro, e que segundo sustenta se esta questão tivesse sido levantada logo na segunda-feira, 10, o julgamento não arrancaria por falta deste elemento fundamental para a comunicação com o empresário chinês.
Para além da falta de tradutor, um pedido de recurso ordinário de inconstitucionalidade feito no ano passado ao Tribunal Constitucional que apenas o indeferiu em Fevereiro, feito pelo advogado das empresas Plansmart International Limited e Utter Right Limited, condicionou igualmente a continuidade do julgamento.
O advogado Benja Satula disse em declarações à imprensa que o Ministério Público, não teve em conta alguns pressupostos do Código do Processo Penal, afirmando que há questões que se enquadram no regime de amnistia que não foram acauteladas, factos que o leva a considerar como inconstitucional.
Assim sendo o julgamento retoma na próxima quarta-feira, 19, onde até a data presume-se que as questões levantadas estejam ultrapassadas.