Politica
Exclusão de Savimbi pode levar dirigentes da UNITA furtarem-se da cerimónia de condecorações
Alguns nacionalistas ligados a UNITA, que constam da lista de figuras a serem condecoradas durante as comemorações do Dia da Paz, a assinalar-se esta sexta-feira, 4 de Abril, no âmbito do 50º aniversário da Independência Nacional, dizem que não poderão se fazer presentes na cerimónia em honra ao líder fundador do “Galo Negro” Jonas Savimbi, que não faz parte dos condecorados, à semelhança de Holden Roberto, líder fundador da FNLA, só para citar.
Pode-se ler na página oficial do antigo Vice-Presidente da UNITA e, ex-deputado a Assembleia Nacional, Ernesto Mulato, na publicação onde refere que “para participar num banquete tens de sentir que você, é bem-vindo e como, pelos sinais, gestos, comportamentos, porque senão, a mesma comida torna-se amarga”.
“Só com paz e alegria se saboreia algo de bom, a simbologia não serve, pura formalidade não forja um bom futuro para quem quer que seja e pior ainda para uma Nação, só tudo que vem com o coração aberto” , refere na sua página do Facebook.
O filósofo Albino Pakisi, disse que se “há uma coisa que o pessoal da UNITA aprendeu, desde o princípio básico, sobre o projecto de Muangai, é a fidelidade aos princípios e a camaradagem”. Daí, Pakisi considera de uma honra, a decisão de Ernesto Mulato e outros, por entender que não faz nenhum sentido, que “aquele que os tenha levado para luta não seja condecorado a título póstumo, a semelhança de Agostinho Neto, deixarem de fora Jonas Savimbi”.
Por seu turno, o sociólogo Samora Neves é de opinião que o comportamento alegadamente indecoroso de alguns dirigentes da UNITA, que se negam a participar das condecorações, visa partidarizar o evento para reduzir a sua dimensão, que marca a independência de Angola.
Já, Albino Pakisi, espera que se olhe o processo com o sentido de patriotismo profundo, e o que os membros da UNITA estão a fazer é dizer que não querem uma história pela metade, mesmo assim, o académico pensa que ainda há muito tempo e acredita no bom senso de quem conduz as condecorações.
E, o também jurista, apelou os dirigentes da UNITA a se reverem, que não se pode reduzir um evento que congrega muitas individualidades de diferentes extractos sociais, ligadas a vida político-partidária, desportistas, fazedores de cultura, religiosos entre outros, e acreditar que ainda há tempo para os demais serem abrangidos.
O Presidente da República anunciou, no dia 28 do mês passado, 247 individualidades que serão condecoradas, no âmbito das celebrações da independência nacional, como reconhecimento dos feitos daqueles que contribuíram para o derrube do colonialismo, do regime do apartheid e para a consolidação da independência e soberania de Angola, entre outros.
Os primeiros de muitos a serem condecorados, vão receber as medalhas hoje, dia 4 de Abril, que se celebra o Dia da Paz e da Reconciliação Nacional.
Ouça as declarações abaixo