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Ex-secretário de Estado da Educação justifica insucesso da Reforma Educativa em Angola

A falta de quadros qualificados, aliada às dificuldades de ordem financeira, encontrados durante a fase de implementação da Reforma Educativa, iniciada em 2004, inviabilizou o alcance dos objectivos preconizados pelo Executivo angolano, assentes, entre outros, na melhoria da qualidade do processo de ensino/aprendizagem.

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Estas declarações foram proferidas hoje, quinta-feira, à ANGOP, pelo ex-secretário de Estado da Educação, Joaquim Cabral, realçando que esta situação fez com que os resultados alcançados, neste momento, fossem questionados.

Naquela altura, referiu, o Governo não dispunha de recursos financeiros para preparar melhor os professores sobre os novos conteúdos didácticos, bem como para criação de condições que permitissem adequar o processo de ensino/aprendizagem ao novo paradigma do país.

Joaquim Cabral explicou que essa situação criou resistência, por parte dos professores e de outros intervenientes do processo docente-educativo às mudanças que se verificaram, quer do ponto de vista estrutural ou organizacional, quer do ponto de vista dos currículos e demais aspectos.

Por este facto, referiu que apesar dos esforços do Governo, os problemas ainda continuam, exigindo, deste modo, a introdução de correcções dos aspectos fundamentais, entre os quais a revisão dos manuais e dos currículos formativos, para além se prestar uma atenção especial na capacitação dos professores.

Não obstante a essa situação, o ex-coordenador-geral da Avaliação da Reforma Educativa no país é apologista na continuidade do processo, tendo em conta a necessidade de adaptar o sistema nacional de educação ao contexto actual do desenvolvimento científico do país, no quadro consolidação e enquadramento nos objectivos de desenvolvimento sustentável, da Agenda Número 4 da Organização das Nações Unidas (ONU), para o período 2015/2030.

Acrescentou que a reforma do ensino deve continuar a ser uma aposta das autoridades angolanas, porém deve haver maior responsabilidade, sobretudo, no quadro na revisão dos conteúdos, contando com o envolvimento dos parceiros do sector da Educação, entre os quais destaca-se o papel dos pais e encarregados de educação, visando a promoção de um ensino de excelência.

Nesta esteira de pensamento, o então coordenador de Avaliação da Reforma Educativa em Angola, entre 2007 a 2014, realçou a importância do envolvimento de todos os intervenientes do processo e ensino/aprendizagem, para uma melhor organização do sistema educacional do país, desde a base ao superior.

Actualmente director adjunto para área de Projectos de Construção de Escolas do Banco Africano para o Desenvolvimento (BAD), Joaquim Cabral, desempenhou, entre outras, as funções de consultor do Ministro da Educação e chefe do Departamento para o Ensino Geral do Instituto Nacional de Investigação e Desenvolvimento da Educação (INIDE).

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