Ex-presidente gabonês ouvido em Paris após denúncia de ter sofrido tortura e actos de barbárie

O ex-presidente do Gabão, Ali Bongo Ondimba, foi ouvido nesta terça-feira, 01, em Paris, por dois juízes de instrução, devido a sua denúncia de tortura e actos de barbárie, sequestro e sequestro organizado.

Ali Bongo Ondimba foi ouvido como parte cível com status de vítima, no Tribunal Judicial de Paris, por dois juízes de instrução especializados da unidade de Crimes Contra a Humanidade, segundo fontes próximas ao caso, aberto em Janeiro por pessoas desconhecidas, por tortura e actos de barbárie, sequestro e sequestro organizado.

Segundo uma das fontes próximas ao caso, no entanto, as investigações que tem progredindo ao bom ritmo permitiram identificar datas, factos específicos e os responsáveis pela violência denunciada.

Contactados, os advogados da família Bongo, François Zimeray, Pierre-Olivier Sur, Catalina de la Sota e Clara Gérard-Rodriguez, expressaram a sua satisfação com o trabalho dos juízes de instrução nesta investigação judicial.

Ali Bongo Ondimba foi deposto em 30 de Agosto de 2023, pelo General Brice Clotaire Oligui Nguema e, em seguida, colocado em prisão domiciliar em sua residência em La Sablière, Libreville. Ele estava livre para deixar o país, segundo o governo, mas permanecia em prisão domiciliar e proibido de sair de casa”, segundo seu filho, Jalil Bongo.

Desde o golpe, os advogados da família denunciam torturas contra Sylvia e Noureddin Bongo electrocução, afogamento simulado, estrangulamento e privação de alimentos. Durante dezoito meses, sendo dois sem sair de um porão”, disse o Sr. Zimeray.

O presidente Oligui, que havia prometido realizar um “julgamento justo” para os membros da ex-família presidencial, não comentou o caso desde então.

No Gabão, o Ministério Público insistiu que a sua esposa e filho estão actualmente em liberdade sob fiança. O Procurador-Geral de Libreville, após a sua chegada a Angola, garantiu que a liberdade sob fiança da esposa e filho de Ali Bongo em nada interrompe o curso normal do processo, que continuará até que um julgamento justo, transparente, equitativo e oportuno seja realizado.

Brice Clotaire Oligui Nguema, presidente eleito oficialmente no primeiro turno das eleições de 12 de Abril, negou qualquer forma de tortura no final de Março.

Onze membros da família Bongo foram implicados em outro caso parisiense sobre os seus supostos ganhos ilícitos. No entanto, a investigação, aberta em 2010, foi encerrada em 28 de Março, e a Procuradoria Nacional Financeira deve agora emitir as suas requisições.