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Ex-presidente da Câmara dos Deputados do Brasil é condenado a 15 anos de prisão por corrupção

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Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados, que já foi um dos políticos mais influentes do país, foi condenado nesta quinta-feira a 15 anos de prisão por corrupção.

A decisão do juiz Sérgio Moro, responsável em primeira instância da Operação Lava Jato, diz respeito ao recebimento de propina na Petrobras.

A Lava Jato, lançada em março de 2014, revelou uma enorme rede de corrupção dentro da petrolífera estatal, envolvendo um grande número de políticos.

O sistema custou mais de dois bilhões de dólares à companhia brasileira e afeta dezenas de líderes políticos de diversos países, empresas da construção civil e diretores da Petrobras.

A denúncia formulada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Eduardo Cunha aponta “a prática de crimes de corrupção, de lavagem de dinheiro, por três vezes, e evasão de divisas por catorze vezes”. Pelos crimes, o juiz condena o réu a penas que totalizam 15 anos e 4 meses de reclusão.

A justiça acusa Eduardo Cunha de ter recebido “ilegalmente” US$ 1,5 milhão – R$ 4,6 milhões pelo câmbio atual – pela aquisição, pela Petrobras, dos direitos de exploração de um campo petrolífero em Benin, na África.

Cunha, membro do PMDB do atual presidente Michel Temer, que sucedeu no final de agosto a presidente Dilma Rousseff após seu impeachment, impulsionado pelo próprio, foi preso em outubro de 2016.

Todo-poderoso há alguns meses, esse Maquiavel brasileiro foi suspenso em 5 de maio de suas funções de presidente da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

‘Carne, Bíblia, Balas’

“A história fará Justiça ao ato de coragem que teve a Câmara dos Deputados sob o meu comando de abrir o processo de impeachment que culminou com o afastamento da Presidente, retirando o País do caos instaurado pela criminosa e desastrada gestão que tanto ódio provocou na sociedade brasileira”, declarou Cunha após sua cassação.

O deputado evangélico ultra-conservador de 58 anos foi acusado de ter “mentido” aos seus pares ao negar ser o titular de contas bancárias na Suíça, alimentadas por milhões de reais de propinas pagas em contratos da Petrobras no exterior, segundo os investigadores.

Nascido em 1958 de pais italianos no Rio de Janeiro, Eduardo Cunha se formou em economia e fez de tudo antes de entrar na política. Foi corretor de seguros, economista da Xerox, dono de rádio evangélica, diretor de empresas públicas antes de se tornar deputado pelo estado do Rio em 2001 e depois deputado federal a partir de 2002.

Partidário da criação de um “Dia do orgulho heterossexual”, amargo opositor do aborto, garimpou ao longo dos anos um forte apoio no Parlamento.

Eduardo Cunha foi o muso do grupo parlamentar informal “BBB”, para “Boi, Bíblia, Bala”, que cuida dos interesses dos poderosos lobbies da agroindústria, evangélico, e das armas.

Volúvel sobre os regulamentos do Parlamento, Eduardo Cunha fechou-se como uma ostra quando perguntado sobre suas contas na Suíça e as extravagâncias de sua esposa, ex-jornalista da TV Globo, nas boutiques de luxo de Paris.

Foi muitas vezes comparado ao personagem de Frank Underwood, o vice-presidente americano ambicioso e sem escrúpulos que toma a Casa Branca na série “House of Cards”.

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