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Ex-director do FBI afirma-se inocente de falsas declarações em caso que liga Trump à Rússia

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O ex-director do FBI, James Comey, declarou-se hoje inocente das acusações de falsas declarações e obstrução da justiça. As acusações surgem após sua investigação sobre as alegadas ligações entre a campanha eleitoral de Donald Trump, em 2016, e a Rússia.

A declaração de inocência foi apresentada pela equipa de defesa de Comey durante a sua audiência no tribunal federal de Alexandria, Virgínia, onde também solicitou um julgamento com júri, marcado para 05 de Janeiro.

Alguns manifestantes estavam à porta do tribunal, segurando cartazes onde se lia “supressão da oposição”, “acusações fabricadas” e “julgamento-espectáculo”.

O ex-director da polícia federal foi abruptamente demitido por Donald Trump em 2017, durante o primeiro mandato do político republicano, quando o FBI investigava uma possível interferência russa na campanha presidencial de 2016.

Desde então, Comey tem sido um dos alvos da retaliação do líder da Casa Branca.

Em Setembro, Donald Trump pressionou publicamente a procuradora-geral, Pam Bondi, manifestando surpresa na sua plataforma Truth Social pelo facto de James Comey ainda não ter sido acusado.

De seguida, fez pressão no sentido da demissão da procuradora para o Distrito Leste da Virgínia, criticando-a pela sua falta de zelo no assunto, e rapidamente substituiu-a por Lindsey Halligan, uma conselheira da Casa Branca.

Esta última iniciou o processo que levou à acusação em 25 de Setembro de James Comey, de 64 anos, a propósito do seu depoimento oral ao Senado em Setembro de 2020.

Em concreto, é acusado de negar, em resposta à pergunta de um senador, que tinha autorizado o seu adjunto a ser citado anonimamente nos meios de comunicação social sobre investigações delicadas conduzidas pelo FBI.

Donald Trump celebrou na Truth Social o anúncio da acusação de James Comey, que considera “um dos piores seres humanos” que o país já conheceu.

Desde o seu regresso ao poder, em Janeiro passado, as autoridades norte-americanas abriram várias investigações contra indivíduos considerados hostis à actual administração.

No dia seguinte à acusação de James Comey, o Presidente norte-americano emitiu um novo apelo ao Departamento de Justiça para processar aqueles que considerava seus inimigos, acreditando que “haveria outros”.

Os seus alvos incluem o ex-diretor da CIA John Brennan, que tinha denunciado “conluio” entre o círculo próximo de Trump e a Rússia, e a procuradora-geral do estado de Nova Iorque, Letitia James, que o multou em quase 500 milhões de dólares (430 milhões de euros) antes do seu regresso à Casa Branca num caso de fraude.

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