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EUA “rejeitam veementemente” plano de França de reconhecer Palestina e retiram-se das negociações com o Hamas

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No mesmo dia em que os Estados Unidos da América e Israel anunciavam a sua retirada das negociações para cessar-fogo com o Hamas, na Faixa de Gaza, o presidente francês anunciava o reconhecimento da Palestina como um Estado soberano, de acordo com a geografia aprovada pela Resolução 181 da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1947.

A equipa de negociação de Israel e a equipa de mediação dos Estados Unidos abandonaram esta quinta-feira, 24, a capital do Qatar, onde decorriam as negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. O anúncio foi feito em primeiro lugar pelo gabinete do primeiro-ministro israelita, que convocou a delegação para “continuar as consultas” em Telavive.

A seguir, o enviado especial dos Estados Unidos, Steve Witkoff, anunciou que os norte-americanos também iam regressar a Washington.

“Embora os mediadores tenham feito um grande esforço, o Hamas não parece estar coordenado ou a agir de boa-fé”, escreveu Steve Witkoff, numa publicação nas suas redes sociais, em que também fez saber que os EUA e Israel deverão agora “considerar opções alternativas para trazer os reféns para casa e tentar criar um ambiente mais estável para o povo de Gaza”.

Entretanto, apenas com diferença de horário, no mesmo dia em que os norte-americanos e israelitas anunciavam a retirada das negociações para um cessar-fogo com o Hamas, o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou o reconhecimento da Palestina como um Estado soberano.

Através de uma publicação na sua conta no X, o estadista francês fez saber que a decisão deverá ser formalmente realizada em Setembro, na próxima Assembleia Geral da ONU. A reacção a essa opção francesa não se fez esperar, os EUA consideraram-na como “imprudente”.

“Os Estados Unidos rejeitam veementemente o plano de Emmanuel Macron de reconhecer um estado palestino na Assembleia Geral das Nações Unidas. Esta decisão imprudente serve apenas à propaganda do Hamas e prejudica a paz. É um tapa na cara das vítimas do 7 de Outubro”, escreveu igualmente no X, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.

De referir que, o Estado da Palestina foi legalmente criado pela Organização das Nações Unidas no mesmo dia em que essa maior tribuna política do mundo concebeu o Estado de Israel através de uma só Resolução, a número 181, em 1947. Nessa divisão decidida pela ONU, Israel ficaria com 55% do território, e a Palestina com 45%. Entretanto, os palestinos e todo o mundo árabe recusaram a decisão.

Enquanto Israel proclamara a sua independência em 1948, precisamente um dia antes do fim do mandato do Império Britânico, que governava o território, os palestinos e a comunidade árabe, ao invés de investirem para a constituição de um Estado palestino, com infra-estruturas governativas, académicas, habitações, e de defesa e segurança, deixaram-se tomar pelo ódio que nutrem pelos judeus, e, formando uma coligação militar e poderosa, atacaram os israelitas a 15 de Maio daquele ano, apenas um dia depois desse pequeno Estado ter proclamado sua independência.

Para a guerra, que visava anular a criação de Israel como uma Nação, e expulsar os judeus daquela circunscrição, partiram o Egipto, Jordânia, Síria, Líbano, Iraque e os árabes palestinos. Entretanto, foram todos derrotados, um facto que levou a expulsão em massa de palestinos, levando Israel a estender seu domínio territorial.

Em 1967, Israel, na posse de informações de que estava iminente novamente um ataque contra o seu território, realizou um ataque surpresa contra o Egipto, Jordânia e a Síria. A guerra durou seis dias, tendo sido Israel novamente vitorioso. Com efeito, ocupou mais algumas áreas, como a Península do Sinai, Faixa de Gaza, as Colinas de Golã, Cisjordânia e toda a cidade de Jerusalém.

Portanto, os palestinos e os árabes no geral, na sua maioria, desejam o desaparecimento dos judeus naquela região do Médio Oriente, e se tivessem sido bem-sucedidos em 1948, os judeus talvez continuariam a procurar o local para morar até ao momento.

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