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Estes são os candidatos ao lugar do Presidente Kabila na RDCongo

O líder do maior partido da oposição na República Democrática do Congo (RDCongo), Félix Tshisekedi, irá disputar, no domingo, as eleições gerais com Emmanuel Ramazani Shadary, candidato presidencial do partido no poder.

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Félix Tshisekedi nasceu a 13 de junho de 1963, três anos após a independência da RDCongo da Bélgica, em Kinshasa, capital do país.

Filho de Étienne Tshisekedi, histórico líder da oposição e fundador do partido União para a Democracia e o Progresso Social (UDPS), Félix viveu grande parte da sua vida em Bruxelas, na Bélgica.

Sempre na sombra política do seu pai, Félix assistiu, em 2011, à primeira campanha eleitoral, quando Étienne ficou em segundo lugar com 32,33% dos votos na eleição presidencial, face aos 48,95% alcançados pelo atual Presidente Joseph Kabila.

Cinco anos depois, em 2016, Félix foi nomeado vice-secretário geral da UDPS e em março de 2018, foi eleito para liderar a UDPS, após a morte do seu pai, em fevereiro do mesmo ano, dando assim continuidade ao legado de Étienne Tshisekedi.

Em público, o líder do UDPS usa frequentemente óculos escuros e um boné, uma imagem característica que também o seu pai tinha.

Casado e com cinco filhos, Félix Tshisekedi anunciou, em novembro, que ia representar o seu partido, assim como a União para a Nação Congolesa (UNC), liderada por Vital Kamerhe, nas eleições presidenciais.

Vital Kamerhe anunciou a retirada da sua candidatura às presidenciais para apoiar o candidato Félix Tshisekedi, após abandonarem o acordo inicial que colocava Martin Fayulu como candidato único da oposição.

Entre as prioridades do líder do maior partido da oposição, está alcançar a desejada paz no nordeste e centro do país, além de acabar com a corrupção ou impulsionar o crescimento da economia.

Félix Tshisekedi tem como principal opositor Emmanuel Ramazani Shadary, ex-ministro do Interior, de 58 anos, e escolhido pelo Presidente Joseph Kabila, que está há 17 anos no poder.

Pai de oito filhos, Ramazani Shadary nasceu em 29 de novembro de 1960, em Kasongo, cidade na província de Maniema, leste da RDCongo.

Licenciado em Ciências Sociais e Políticas pela Universidade Lubumbashi, Emmanuel fez ainda um mestrado em Ciências Políticas e Administrativas, na Universidade de Kinshasa.

O candidato do partido no poder foi secretário-geral do Partido Popular para a Reconstrução e Democracia (PPRD) e eleito deputado nacional no distrito eleitoral de Kabambare em 2006 e 2011.

Durante o mesmo período, Emmanuel Ramazani Shadary foi diretor da campanha do Presidente da RDCongo, Joseph Kabila, em Maniema.

Em meados de agosto, Joseph Kabila nomeou Emmanuel Ramazani Shadary como candidato pelo PPRD, uma vez que Kabila não pode concorrer a estas eleições, pois já cumpriu dois mandatos como chefe de Estado, tal como prevê a Constituição.

Na apresentação da sua candidatura, Emmanuel Ramazani prometeu criar emprego e combater a pobreza no país, com um orçamento de 75 milhões de euros.

O “delfim” do Presidente Kabila salientou ainda que caso seja eleito reforçará a autoridade do Estado, diversificará a economia congolesa e permitirá o acesso dos cidadãos aos serviços públicos.

“Patriota, íntegro, unificador, visionário, sacrificado, disponível, acessível, líder, nacionalista, comprometido sem fissuras pelo Congo, tem todas as condições legais de elegibilidade e experiência na gestão do Estado”, destacou o seu partido, Frente Comum para o Congo (FCC), em agosto, após a sua nomeação como candidato presidencial.

Contudo, o candidato presidencial está entre as 14 personalidades sancionadas pela União Europeia por alegadas “violações dos direitos humanos” e “entraves ao processo eleitoral”.

Em 10 de dezembro, o Conselho Europeu anunciou que a decisão de prorrogar por mais um ano, até 12 de dezembro de 2019, as sanções contra a RDCongo, comprometendo-se “a reapreciar as medidas restritivas à luz das eleições” no país.

“Estas sanções consistem no congelamento de bens e na proibição de visto para a União Europeia aplicáveis a 14 pessoas” e foram adotadas a 12 de dezembro de 2016 e a 29 de maio de 2017 como resposta aos entraves ao processo eleitoral e às violações dos direitos humanos cometidas no país africano, adianta o conselho em comunicado.

Inicialmente previstas para 2016, as eleições de dezembro foram já adiadas duas vezes, e, além de presidenciais, irão ainda permitir a escolha de representantes parlamentares a nível nacional e provincial. Na quarta-feira, a comissão eleitoral anunciou que o escrutínio de domingo foi adiado até março nas regiões de Beni e Butembo, na província do Kivu Norte, e na localidade de Yumbi, na província de Mai-Ndombe, afetadas por conflitos e por um surto de Ébola.

Desde a sua independência do poder belga, em 1960, a RDCongo nunca testemunhou uma transição política pacífica.

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