Politica
Estatutos da UNITA permitem Samakuva concorrer no Congresso de 2025, dizem especialistas
Especialistas dizem que Isaías Samakuva pode se recandidatar à liderança da UNITA por não haver impedimento legal, nem limitação estatutária.
Os comentários surgem em virtude da recente entrevista que o presidente do “Galo Negro” Adalberto Costa Júnior, concedeu à rádio Essencial, onde supostamente teria minimizado o facto.
Questionado sobre a intenção velada de Isaías Samakuva poder concorrer à liderança da UNITA, Costa Júnior falou da limitação de mandatos. De acordo com os estatutos do partido, estabelece dois, pelo que, ACJ disse que cabeará ao militante Isaías Samakuva avaliar se está ou não em condições de concorrer à liderança do maior partido da oposição no país.
Sobre a alegada limitação de mandatos, o jurista Joaquim Jaime diz que em termos estatutários, não tem nada que o impeça de concorrer à liderança da UNITA, no congresso aprazado para 2025.
Apesar da alteração feita nos estatutos do partido sobre os mandatos, não vai produzir efeitos retroactivos para Isaías Samakuva. Caso seja a sua pretensão e tenha o apoio necessário, pode concorrer a presidência do partido.
Para o académico, a limitação de mandatos introduzidos no XIII Congresso que elegeu Adalberto Costa Júnior só poderá surtir efeito depois do mandato da actual direcção, pelo que Samakuva tem o caminho aberto, mas, acredita que o antigo líder do “Galo Negro” não esteja interessado.
O politólogo Rui Kandove entende que não havendo nenhum impedimento do ponto de vista estatutário, parece absolutamente provável que Samakuva venha a candidatar-se no próximo Congresso da UNITA.
“E por que essa possibilidade é cada vez mais real”, como disse, não há nenhum impedimento do ponto de vista estatutário segundo, “apesar de Adalberto Costa Júnior ter crescido muito ao nível da aceitação pública na sociedade, o mesmo não se pode dizer ao nível interno na UNITA”.
Kandove, pensa que ao introduzir a Frente Patriótica Unida na UNITA, claro que a UNITA foi obrigada a reduzir, por exemplo, “os seus mandatos ao nível da Assembleia e também foi obrigada a repartir o seu financiamento, foi obrigada a repartir os proventos que recebe do Estado”.
E isso, no entender de Kandove, fez com que “aquele grupo que está acostumado a beneficiar-se justamente, legitimamente, em função do esforço, em função do investimento que fizeram toda a vida na organização política, esse grupo vê-se penalizado e vai criando algum ruído na gestão de Adalberto Costa Júnior”.
Pelo que, o analista diz que, é muito provável, que Samakuva, assumindo o papel de advogado daqueles mais velhos que, infelizmente, “não apanharam nada”, vão reivindicando para ver se em 2027 podem, de facto, conseguir algum lugar e podem conseguir algum provento para a sua sustentabilidade.