Politica
“Estamos a criar capacidade para refinar boa parte do crude que exploramos”
Em declarações esta segunda-feira, 11, ao final da visita as obras do Terminal Oceânico da Barra do Dande, no Bengo, o Presidente da República ressaltou a importância estratégica de se investir na construção de refinarias.
“Há dois grandes projectos estratégicos do sector dos petróleos que, lamentavelmente, antes de 2017 foram simplesmente abandonados. Estou a referir-me a este, o Terminal Oceânico da Barra do Dande, e à grande Refinaria do Lobito. Qualquer um deles é projecto de grande importância estratégica para o país. Porque hoje se fala de segurança energética e, para se ter segurança energética, é preciso ter a garantia de produção de energia, por um lado, e ter uma grande capacidade de estocagem de combustíveis”, disse.
Sobre a inauguração do Terminal Oceânico da Barra do Dande, cujas obras já atingiram 63% de execução física, o Chefe de Estado angolano, avançou que a previsão é inaugurar em Novembro do próximo ano, “por ser o mês da Independência, embora, pelas indicações que recebemos, é de que a obra em si termine muito antes do mês de Novembro do próximo ano”, garantiu.
Com uma área equivalente a 22 campos de futebol, este terminal marítimo será o maior parque de armazenamento de combustível do país. Terá capacidade para 580 mil metros cúbicos de combustíveis líquidos (gasolina e gasóleo) e 102 mil metros cúbicos de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP).
“Por isso é que, ao falar deste projecto, não deixo de falar da Refinaria do Lobito, porque uma produz e outra faz a estocagem. A Refinaria do Lobito e outras refinarias de menor dimensão que o país, felizmente acordou e está a construir… Porque é incompreensível que um país como o nosso, que é o segundo maior produtor de petróleo a sul do Sahara, depois da Nigéria, que tivesse apenas a velha Refinaria de Luanda, como única unidade de refinação“, argumentou.
Desenvolvido pela Sonangol, na qualidade de dono da obra, o projecto do Terminal Oceânico da Barra do Dande foi adjudicado às empresas OECI e DAR Angola, num contrato avaliado em 642 milhões de dólares e um prazo de implementação de 30 meses.
“Em boa hora tomamos a decisão de criar capacidade para refinar uma boa parte do crude que exploramos. Mais ou menos na altura em que estaremos a inaugurar esta unidade aqui, estaremos também a inaugurar a Refinaria de Cabinda, acredito que para Dezembro do próximo ano”, avançou.
João Lourenço garantiu ainda que a Refinaria do Soyo, que, segundo o Presidente, “por razões de diversa ordem, não iniciou ainda os seus trabalhos de construção”, “vai a qualquer momento arrancar”. Recordou ainda a Refinaria do Lobito cujos trabalhos já foram retomados.
“Caso não tenhamos constrangimentos de ordem orçamental, o que está por se fazer é algo que se faz em cerca de três anos. Fizemos a ampliação e modernização da outrora velha Refinaria de Luanda. Tivemos algum ganho, mas, bem espremido, deu para o que é hoje e não dá para mais”, rematou, João Lourenço.