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Estados Unidos reposicionam tropas no Níger
Os Estados Unidos começaram, “por precaução”, a reposicionar as suas tropas no Níger, palco de um golpe de Estado no final de Julho, anunciou ontem o Pentágono. O Departamento de Defesa “está a reposicionar parte do seu pessoal e recursos da base aérea 101 em Niamey para a base aérea 201 em Agadez”, mais ao Norte, disse uma porta-voz à imprensa.
Segundo Sabrina Singh, “não há ameaça imediata aos nossos funcionários ou violência no terreno”, acrescentou, classificando a decisão como uma “medida cautelar”.
Um “pequeno grupo” permanecerá na base de Niamey após a transferência, que está em andamento, esclareceu ainda. Singh também disse que “alguns funcionários e contratados não essenciais” deixaram o país há várias semanas.
O exército americano já havia suspendido exercícios conjuntos com o exército nigerino e a diplomacia americana havia ordenado a saída do seu pessoal não essencial da sua Embaixada em Niamey no início de Agosto. Os Estados Unidos têm cerca de 1.100 soldados estacionados no Níger, que operavam contra grupos jihadistas na região.
Várias organizações internacionais e humanitárias manifestaram a sua preocupação com as consequências das sanções num dos países mais pobres do mundo. No final de Agosto, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) receou que as sanções pudessem ter “efeitos catastróficos” a médio prazo e apelou à criação de um “regime de isenção” humanitário.
Por seu lado, o Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) apelou aos Estados-membros para que “apliquem integralmente as sanções impostas pela CEDEAO” contra o Níger, mas pediu que o seu “efeito desproporcionado sobre os cidadãos” deste país seja minimizado. O general Abdourahamane Tiani, chefe do regime militar, denunciou as sanções “ilegais” e “desumanas” num discurso transmitido pela televisão nacional. “Mesmo que este seja um desafio injusto que nos é imposto, devemos ser capazes de o ultrapassar. E vamos superá-lo”, afirmou o primeiro-ministro nomeado pelos militares, Ali Mahaman Lamine Zeine, sobre as sanções.
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