Especialistas enaltecem iniciativa de Mfuca Muzemba da inclusão de nomes africanos no registo civil

O antigo deputado à Assembleia Nacional e antropólogo Makuta Nkondo enalteceu a iniciativa do coordenador do projecto político Esperança, Mfuca Fuakaka Muzemba, que apresentou, na semana passada, a perspectiva de apresentar a proposta ao Parlamento e ao Executivo angolano, a inclusão dos nomes africanos no registo civil, de carácter obrigatória.

Makuta Nkondo defendeu que ninguém pode ser nomeado para um cargo de soberania sem ter um nome local que se identifique com os valores culturais do país.

O também jornalista disse que a intenção de Mfuca, para ser concretizada, será necessário colocar pessoas que dominem as línguas e nomes africanos, para não deturpar a essência dos nomes.

Por seu turno, o professor Matias Mbuta disse que o processo de aculturação levou o país muito longe, por entender que a actual lei de suporte no registo civil é de 1866, que só valorava os nomes europeus, 50 anos depois da independência, os angolanos ainda são obrigados a carregar nomes europeus.

Mbuta, fez recurso ao facto histórico promovido pelo antigo estadista do ex-Zaire, actual RDC, Sessekó Mobutu, que adoptou um nome de origem africana.

O também politólogo, espera agora que a iniciativa de Mfuca Muzemba se concretize, e conformar a máxima do fundador da nação, António Agostinho Neto, segundo a qual “às nossas culturas, havemos de voltar”.