Lusofonia
Escola do Porto acusada de racismo contra estudantes dos PALOP
Os estudantes angolanos e são-tomenses, da Escola Profissional de Economia do Porto (EPES), acusaram este sábado, 11, a direcção da mesma, de racismo, sobrelotação dos alojamentos e atrasos na entrega das bolsas de estudo, das quais dependem para viver.
Segundo conta um estudante que preferiu manter anonimato, um director da EPES disse uma vez que, o facto de se tratar de negros e com sinal na cara, é suficiente para serem discriminados.
Um dos directores da referida instituição, Paulo Pinhal, afirma que as “acusações não fazem qualquer sentido” e que “não correspondem à verdade”. Contudo admite que houve atrasos “pontuais” de mais de um mês na entrega das bolsas devido ao Quadro Comunitário e ao novo ‘software’ de aprovação dos subsídios de alimentação e alojamento.
Paulo Pinhal admite também que pode ter existido “uma situação pontual de sobrelotação”, mas destaca que “aquilo que há preocupação na escola é que as condições do alojamento ofereçam o número de casas de banho mínimo, que não ultrapasse os cinco ou seis alunos por casa de banho”.
A mesma fonte anónima, de origem são-tomense revelou ainda que, ao chegar à EPES foi colocado num apartamento em Ramalde. Um T3, para 14 pessoas, onde cada estudante, relata, pagava 150 euros por mês, mais uma caução de 50 euros.
Entretanto, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) confirma ter conhecimento das acusações contra a EPES “desde outubro” e que contactou a Câmara do Porto para fazer vistorias, bem como informou a Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) sobre as situações descritas que envolvem alunos provenientes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).