Reportagem
Escassez de autocarros dentre as causas que levam 36% dos luandenses a andarem a pé
De acordo com a empresa de pesquisa de mercado Mira, o táxi candongueiro destaca-se como a principal opção popular em Luanda, tendo a percentagem de 66%; 36% é a percentagem de pessoas que deslocam-se a pé, e os mototáxis figuram em terceiro lugar, com uma percentagem de 27%.
A nossa equipa de reportagem ouviu alguns luandenses que apontam a escassez de autocarros nas vias terciárias e encurtamento das rotas por parte dos taxistas, como uma das principais razões. Agastados, pedem apoio dos órgãos competentes para por fim a situação.
Outro factor, disseram, são os preços dos autocarros públicos que, actualmente, vão além das possibilidades de muitos.
“150 kwanzas é o valor que pagamos nos autocarros, ainda assim há enchentes nas paragens. Ficamos das 18h às 21h aguardando o táxi, tudo porque os que estão em circulação não são suficientes. Se avizinham as quadras festivas e o encurtamento das vias será um dos grandes impasses do dia-a-dia”, lamentou João Francisco, ouvido pela nossa equipa de reportagem.
Afinando no mesmo diapasão, o luandense João Alexandre Mateus, aponta a falta de dinheiro como um dos principais factores para a população optar por andar a pé:
“Não temos dinheiro suficiente para cobrir as linhas curtas, como alternativa preferimos andar a pé. É difícil, sobretudo nas segundas-feiras, estamos sempre atrasados no trabalho”, disse.
Os estudos abrangeram mais de mil cidadãos de 15 e mais anos residentes em Luanda. Segundo a directora geral da Mira, o estudo estava centrado num conjunto de hábitos dos angolanos.
Filipa Oliveira, avançou, igualmente, que os estudos da Mira foram também realizados nas províncias de Benguela, Huambo e Huíla.
Por Laurinda Lituai