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Escândalo da Odebrecht cresce com novas revelações no Peru
O escândalo da construtora brasileira Odebrecht no Peru, que atingiu quatro ex-presidentes, ganhou novo vigor com as revelações sobre pagamentos ilegais em contratos até agora não incluídos nas investigações do Ministério Público, o que a empresa nega.
Os novos casos, que incluem pagamentos ilegais na construção de um gasoduto durante o governo de Ollanta Humala, se somam à denúncia de um procurador contra um colega por supostamente ter facilitado a fuga do país do ex-mandatário Alejandro Toledo.
Um portal de jornalismo investigativo que vaza informações sobre o caso Odebrecht publicou planilhas de pagamentos ilegais da brasileira em 11 contratos “que até agora não tinham sido sequer mencionados nos acordos de confissão ou de indenização” entre a empresa e a procuradoria peruana.
São “registros de mais de 45 pagamentos vinculados a nosso país, de mais de 10 milhões de dólares. São pagamentos ilegais a beneficiários finais associados a 11 projetos públicos”, segundo o portal IDL-Reporteros, dirigido pelo jornalista Gustavo Gorriti.
A empresa brasileira reagiu após a divulgação das planilhas no portal peruano e afirmou que apresentou toda a documentação aos promotores que investigam o caso.
“Todos os documentos e depoimentos sobre fatos ocorridos no passado (…) estão há três anos nas mãos do Ministério Público do Brasil e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, ou seja, estão disponíveis para os países que celebraram acordos de leniência com a Odebrecht e os homologaram”, afirmou a construtora em um comunicado enviado à AFP.
A empresa acrescentou que este é um “procedimento judicial adotado internacionalmente”, que “estabelece a confidencialidade da informação com o objetivo de resguardar os avanços das investigações, respeitando a soberania de cada país e buscando a eficácia das ações legais contra os acusados”.
C/ AFP