Sociedade
Empresário refuta ligação à transferência de moradores para imóveis arrestados pela PGR
O empresário angolano de origem brasileira, Minoru Dondo, refuta ligações que o apontavam como tendo estado directamente ligado ao processo de transferência dos antigos moradores do Prédio Cuca, no Kinaxixi, alguns dos quais alojados em edifícios supostamente arrestados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nos últimos dias.
Sócio minoritário do Empreendimento Kinaxixi na época dos acontecimentos, diz numa nota a que o Correio da Luanda teve acesso, que não percebe a razão pela qual o seu nome é associado a título singular, uma vez que na detinha uma posição residual e ‘sem acento no Conselho de Administração da empresa responsável pela demolição do antigo prédio Cuca’. ‘Logo, não há o que se falar em direitos e obrigações isoladas e pessoais de minha parte, mas sim de uma sociedade doptada de personalidade jurídica própria e independente com uma pluralidade de sócios distintos’, lê-se ainda do documento.
Por outro lado, informações disponíveis indicam que, devido à situação precária em que se encontrava e as más condições de habitabilidade do próprio edifício, o processo de desocupação do imóvel foi legado a cabo pelo próprio Governo Provincial de Luanda, entidade que encabeçou as próprias negociações com os moradores do antigo ‘Prédio Cuca’ até à entrega das habitações onde estes residem actualmente.
Inconformados com o que já se tinha passado com o prédio em que estava a sede da então Direcção Nacional de Investigação Criminal (DNIC), as autoridades governamentais lideraram o processo para que não se registassem vítimas naquela estrutura já danificada. Só após a desocupação do Prédio do Kinaxixi é que ‘teve início a negociação entre a empresa promotora do empreendimento localizado no Kinaxixi e o poder público, de modo que, como contrapartida da concessão do direito de superfície, o privado se comprometeu em suportar os custos da operacionalização de demolição do prédio’.
‘Tanto é assim que o pedido de aprovação, por parte do poder público, do projecto e licenciamento de integração do terreno onde se localizava o prédio Cuca com o emprendimenti que se já se encontrava em construção, no Kinaxixi, apenas ocorreu na sequência da demolição daquele imóvel’, explica.
Vários anos após a demolição, as avaliações indicam que o preço pago para a demolição acabou por ser muito mais caro que o terreno de 750 m2 herdados do espaço do prédio Cuca. ‘Portanto, a decisão do então Executivo foi baseada, tão somente, no risco de uma grande catástrofe e com a finalidade de evitar mais mortes por desabamentos de prédios, como ocorreu com o antigo prédio da DNIC. É imperioso, assim, repor a verdade dos factos para confirmar que o Sr. Valdomiro Minoru Dondo não detém, isoladamente, nenhum complexo de construção, muito menos seria o responsável pela recolocação dos ocupantes do prédio Cuca’, alguns dos quais se encontravam no local de forma ilegal, avançou.