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Empresa chinesa ameaça demitir funcionários que não se casam nem têm filhos até Setembro de 2025

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Uma empresa chinesa emitiu uma ameaça de demitir todos os seus funcionários que não se casarem até Setembro e nem possuem filhos. A medida está relacionada com o problema do envelhecimento demográfico que o país asiático vem enfrentando, depois da lei que restringia para o máximo de um filho por família.

Trata-se de uma empresa pública, na região industrial da província de Shandong, que emitiu um aviso aos funcionários solteiros, a obrigá-los a se casarem até finais de setembro deste ano, sob pena de serem despedidos.

A medida está relacionada a intenção do governo em travar o declínio populacional. A exigência inusitada da empresa Shandong Shuntian Chemical Group chamou atenção nas redes sociais e entre as autoridades, sobretudo porque a China tem procurado formas de incentivar os jovens a se casarem e a terem filhos como uma solução ao problema do envelhecimento demográfico.

O comunicado da empresa enviado aos seus 1.200 funcionários, datado de Janeiro deste ano, refere que todos os trabalhadores solteiros entre 28 e 58 anos, incluindo os divorciados, devem “se casar e começar uma família […] antes de 30 de Setembro de 2025”.

Caso não cumpram essa exigência até o terceiro trimestre, a empresa alerta que poderá “rescindir o contrato de trabalho”, conforme o aviso que circulou nas redes sociais e divulgado por jornais estatais chineses, como o Global Times e o Beijing News.

No documento citado pela imprensa Internacional, a que o Correio da Kianda teve acesso, a empresa realça que promove valores como “diligência, bondade, lealdade, piedade filial e retidão”.
Entretanto, essa intenção anunciada é contra as leis trabalhistas da China, que entretanto a media chinesa, não especifica os artigos da legislação que a referida empresa viola.

Face a repercussão que a notícia gerou, as autoridades locais viram-se obrigadas a intervir, o que levou a empresa a retirar a exigência, em fevereiro último, reconhecendo, desta forma a violação da medida sobre a legislação trabalhista.

A justificativa dada pela empresa era de que a intenção era incentivar funcionários solteiros mais velhos a reflectirem sobre “decisões importantes da vida e motivá-los a casar e se estabelecer”.

O problema é que, na prática, há cada vez menos chineses a contrair o matrimónio, com os números de casamentos a caírem 20%, de acordo com registos de 2024, sendo a maior queda já registada naquele país do continente asiático.

Actualmente a China tem a segunda maior população do mundo, com 1,4 bilhão de pessoas, sendo a maioria já envelhecida.

A taxa de natalidade apresentou uma queda nas últimas décadas, influenciada pela política do filho único, que vigorou de 1980 a 2015, e estimulava os chineses a não terem muitos filhos visto que a população não parava de crescer e e precisava de uma rápida urbanização.

Com isso, nos próximos dez anos, cerca de 300 milhões de chineses (o equivalente a quase toda a população dos Estados Unidos) deverão entrar em reformas.

Essa situação gera uma preocupação por causa do reduzido número de jovens em idade de trabalho no activo, o que poderá fazer com que a economia do país possa enfrentar dificuldades para seguir com a produção e crescimento.

Para tentar reverter esse cenário, o governo chinês tem adotado medidas como incentivar universidades a oferecerem “educação sobre o amor”, destacando a importância do casamento, da família e da fertilidade.

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