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“Em cada dez pacientes sete têm doenças causadas pelo deficiente saneamento básico”

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“Para que haja redução e prevenção dos elevados números de doenças em Angola é necessário melhorar o saneamento básico, pois em cada dez pessoas que procuram por atendimento nas unidades sanitárias, sete têm doenças causadas pelo deficiente saneamento básico”, afirmou à Rádio Correio da Kianda, o especialista em saúde pública Jeremias Agostinho.

O especialista sustenta que não só nas zonas rurais, as zonas urbanas também enfrentam os problemas do saneamento básico, por isso, entende ser importante fazer um investimento não só no sector da saúde, mas em todos os sectores-chaves para que se tenha resultados positivos e assim travar a transmissão das várias doenças.

“Não é no sector da saúde onde tem que se fazer este grande investimento, é mesmo em outros sectores fora da saúde”, disse.

Para exemplificar, Jeremias Agostinho, apresentou a construção desordenada no país como uma problemática para a saúde pública. A forma como as cidades continuam a crescer, sem vias de acesso estruturadas, é considerada pelo especialista uma preocupação e aqui, chama o Ministério das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação para melhor coordenar as cidades.

“Sem vias estruturadas é um problema sério, seis a sete famílias num só quintal, caso um tenha sarampo todos terão”, exemplificou.

Os casos de cólera no país, para o especialista é o resultado do pouco fornecimento da água potável nas famílias o que pode traduzir-se no aumento dos casos nos próximos dias devido as chuvas que vão se abater em quase todas as zonas.

“Sem água potável, não temos hipótese, não é o Ministério da Saúde que vai distribuir água nas pessoas”, sublinhou.

As administrações municipais foram também chamadas durante a intervenção de Jeremias Agostinho devido o combate à fome e pobreza, apesar de existir os “ODS” implementados pela Organização Mundial da Saúde, que explica a prioridade no combate ao fenómeno, o especialista assegura ser ainda sofrida a sua efectivação no país.

“Já vimos muitos administradores a dizer que as verbas que recebem alocam para outros problemas urgentes como escola que caiu ou mesmo ponte que desabou”, continuou dizendo que a taxa de pobreza em Angola tem aumentado nos últimos dias com uma percentagem de 43 por cento da população nacional, e a pobreza do ponto de vista de saúde pública é a origem de todos os problemas de saúde.

“Nessa reunião do Conselho dos Ministros parece que está a ser revisado como vão distribuir as verbas e como serão controladas a implementação”, disse.

O desemprego no país é apresentado também pelo especialista como uma das causas de doenças, sobretudo na camada juvenil.

“Nós hoje estamos a verificar um aumento de jovens com acidente vascular cerebral, isso não é normal”, frisou.

As medidas apresentadas pelo especialista em saúde pública nesta quinta feira, 11, durante o programa Capital Central, emitido na Rádio Correio da Kianda, no seu entender, bem implementadas e executadas podem reduzir os vários problemas que afectam a população.

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