Politica
Eleição de Lula reactiva contratos com empresas brasileiras em África
Com um contrato avaliado em 1.168 milhões de dólares, a concepção e construção do Troço Luena – Saurimo, do Caminho-de-Ferro de Benguela, correspondente a 260 quilómetros, está a cargo do consórcio constituído pelas empresas ODEBRECHT – Engenharia e Construção Internacional, Sucursal de Angola – OECI, S.A. e Bento Pedroso Construções – BPC, também brasileira.
Com isso, a construtora regressa em grande ao mercado nacional, depois de ter, inclusive, mudado de nome para operar em Angola, após denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro, que levou à prisão, no Brasil, de vários directores da companhia, num conjunto de investigações, algumas controversas, que culminaram com a detenção do até então antigo presidente daquele país, Luís Inácio Lula da Silva.
Investigações estas tidas por alguns analistas como perseguição política, já que Lula foi considerado juridicamente inocente de três acusações; em 23 casos os inquéritos foram arquivados ou as denúncias rejeitadas por prescrição, falta ou nulidade de provas e inépcia, tanto é que foi eleito presidente do Brasil, pela terceira vez, em Outubro de 2022.
Certo é que o regresso dos trabalhos da ODEBRECHT em Angola, é anunciado na sequência do retorno de Lula à liderança do país sul americano, com a promessa de que “que vai reactar a sua forte relação com o continente africano”.
Lula já anunciou publicamente uma viagem à Angola, África do Sul e Moçambique, para breve, digressão esta que pode ser adiantada com a assinatura do contrato com a ODEBRECHT.
Assim como o Correio da Kianda publicou anteriormente, a assinatura do contrato com a construtora brasileira surge um mês após o Embaixador do Brasil em Angola, Rafael de Melo Vidal, avançar que o país sul americano está interessado em instalar em Angola uma fábrica de processamento de carnes brancas, a primeira na região austral do continente africano.
Também pretende ajudar Angola no combate à problemática da seca no Sul do país, com destaque para trabalhos no canal do Cafu, na província do Cunene.
De recordar, que o Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência de Angola, em 1975, laços esses aparentemente a serem retomados pelo Palácio do Planalto e a Cidade Alta.