Opinião
Eleição com um só candidato
As eleições no MPLA foram um sucesso. O sexto congresso extraordinário foi em todo um sucesso, e mais uma vez deu mostras da grandeza da instituição MPLA, que apesar das insuficiências, tem conseguido se posicionar como uma verdadeira fonte de exemplo para o continente que infelizmente não aprende com a história e portanto, precisa.
Do sexto congresso sai um JLO com super poderes, mas também um MPLA com contornos de mudanças, desde o encontro com a história, a ressalva dos afinal já quatro presidentes antecessores de JLO, até a novidade de ter uma mulher na vice presidência.
De todos os muitos exemplos advindos do sexto congresso, a nomeação de JLO não é certamente um deles. É que para um partido que vai mostrando (pelos muitos feitos), estar a frente dos demais em África, sendo mesmo referência para os demais grupos políticos (e não por coincidência), nomear o líder em vez de eleger é pouco. Tão pouco que chega a estar mesmo aquém do nível em que o partido quer alcançar e se tenta posicionar.
A questão da raiz ideológica pode servir de justificação para tal facto, mas não tem força suficiente se juntarmos a esta análise o facto de o MPLA hoje ser um partido com as configurações mais típicas dos partidos modernos (pigliatuti/catch all) -basta ver pela forma de recrutamento dos militantes-, que portanto tem as bases ideológicas com menos peso naquilo que é a vida /funcionamento do partido.
Tem portanto, o MPLA, de se desfazer de algumas reservas (algumas infundadas) se quiser efectivamente ser um farol na moderna política africana.