Sociedade
Educação: Candidatos com notas positivas prometem mega manifestação para exigir enquadramento directo
Cerca de cinco mil candidatos com notas positivas no último concurso público de admissão de novos professores estão a preparar uma mega manifestação em todo o país, para exigir o seu enquadramento directo.
Os mesmos baseiam-se nas recentes de declarações da ministra da Educação, Luísa Grilo, segundo as quais, o país tem actualmente, um défice de 50 mil docentes em todo o subsistema do ensino não universitário.
Os candidatos, de três subsistemas do ensino geral, pretendem sair às ruas do país no próximo dia 20 de Janeiro corrente.
Tratam-se de candidatos que concorreram às vagas do ensino primário, no ensino secundário, bem como ao II Ciclo de ensino médio, que mesmo com notas positivas obtidas na prova de admissão do concurso não foram admitidos por insuficiência de vagas.
“Com positiva não se reprova, ajuda os jovens, senhor Presidente“, é o lema que os jovens pretendem levar as ruas do país.
No último sábado, 13, reuniram no Largo das Escolas, os candidatos de Luanda, para traçar as estratégias visando a realização da marcha pacífica.
Numa extensa carta, dirigida à ministra da Educação, os candidatos não admitidos começam por saudar a informação dada pelo governo, através do despacho n°54, dando conta de que os candidatos das especialidades deverão ocupar as vagas do ensino primário.
“Esta informação para além de ter nos trazido uma alegria maior, deu-nos a entender que o MED tem o conhecimento de que os professores das especialidades podem também dar aula noutros sistemas de ensino, desde o Ensino Primário até ao 2⁰ ciclo”, sustentam, questionando, por outro lado, a razão pela qual o ministério tem reservado quota “reduzida” a estes formados.
Vários são os questionamentos que o grupo faz, dirigido à ministra Luiza Grilo.
“Será que o MED não tem conhecimento de que tanto os professores do Ensino Primário quanto os das especialidades todos têm formação de 4 anos e, aprendem o mesmo conhecimento metodológico?”
“Será que o MED nunca deu conta que as aberturas dos seus concursos públicos têm sido motivo de alegria para os candidatos do Ensino Primário e motivo tristeza para os candidatos das especialidades devido a diferença abismal dos números de vagas?”
“A Senhora ministra sente-se satisfeita e feliz em ver candidatos das especialidades não serem admitidos com 13, 14, 15, 19, 20 valores por insuficiência de vagas?”, pode ler-se do documento a que o Correio da Kianda teve acesso.
Os manifestantes afirmam ainda muitos desses candidatos não admitidos terminaram a formação há largos anos, a maior com idades avançadas e com família para sustentar. Entretanto, vêm-se indignados pelo facto de “os candidatos para Ensino Primário, muitos deles tão logo terminam a formação concorrem e são admitidos uns com 10 valores outros outros com 12”.
Os candidatos vão ainda mais longe e dizem-se prontos para assumir qualquer consequência, para ver os seus direitos salvaguardados.
“Sempre que assim acontecer nós vamos manifestar-nos como sinal de descontentamento e, se for necessário irmos presos, mesmo nós tendo razão, conforme aconteceu em Benguela no concurso antepassado quando a ministra prometeu enquadrar TODOS que tiveram positivas e não aconteceu nós vamos, vamos presos”, finaliza o documento.
Carlos Salvador Sangueve
30/04/2024 em 10:48 am
Angola ainda vive um Regine de Ditadura, por isso que ainda não melhora o seu sistema educação e saúde…