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Economia angolana dá sinais de melhoria

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A economia angolana deve registar este ano um crescimento “acentuado”, graças à retomada das obras públicas no ultimo trimestre de 2016. O facto foi antecipado recentemente em Washington pelo ministro das Finanças, Archer Mangueira. “São investimentos bastante significativos em termos nominais e reais, que vão impulsionar o desenvolvimento”, esclareceu. No ano passado, Angola cresceu apenas entre 0,1% e 0,6%, tendo o défice orçamental oscilado entre 3,6% e 4%, devido à ausência de investimento público motivado pela quebra dos preços do petróleo e consequente redução da receita fiscal.

Enquanto isso, os indicadores macroeconómicos começam a estabilizar. De acordo com o portal pt.tradingeconomics.com, a inflação, depois de ter chegado perto dos 42% em dezembro do ano passado, baixou quase seis pontos de janeiro a março deste ano, situando-se agora próxima da variação mensal dos preços de 1,5% definida pelas autoridades. As reservas internacionais estão estimadas neste momento em 22 mil milhões de dólares, suficientes para quase oito meses de importações (a meta definida pela SADC é de seis meses). Por outro lado, os processos para reduzir a dependência em relação aos bens essenciais e lograr a diversificação das receitas fiscais estão a ser acelerados.

Quase três anos após a crise económica, financeira e cambial que surgiu no final de 2014, trata-se de sinais positivos, reforçados pelas relativamente boas notícias na frente petrolífera: o preço do crude estava em meados do mês passado fixado em torno de 50 dólares, mais quatro dólares do que o previsto no orçamento do país.

No passado dia 21 de abril, numa reunião do Comité Central do MPLA, partido no poder, o presidente José Eduardo dos Santos referiu-se em particular à ligeira descida da inflação. “Temos, neste momento, boas razões para confiar numa trajetória descendente da inflação, que já se situa próxima do intervalo que ambicionamos de uma variação mensal dos preços não superior a 1,5%”, disse ele. Segundo o presidente do MPLA e da República, a canalização dos recursos cambiais para a importação dos bens de primeira necessidade e dos insumos necessários à sua produção tem permitido uma redução “sensível” dos preços dos bens da cesta básica. Ele acrescentou ainda que a política de rendimentos definida pelo governo, no âmbito do ajustamento orçamental, também está a contribuir para o mesmo objetivo.

José Eduardo dos Santos esclareceu que, na atual situação económica e financeira do país, o executivo está a prestar maior atenção, precisamente, ao controlo da inflação, à estabilização das reservas internacionais líquidas e à aceleração dos processos que reduzam a dependência externa no acesso aos bens essenciais de consumo e que conduzam à diversificação das receitas fiscais. Sublinhou, no entanto, que, devido à dependência do país em relação às importações, não é possível a adoção de medidas cambiais e monetárias “clássicas”, como a desvalorização do kwanza ou a subida das taxas de juro. Para ele, o efeito combinado dessas medidas iria desacelerar o investimento privado, indispensável à diversificação da economia.

Os sinais de melhora do ambiente macroeconómico do país não têm sido valorizados pela maioria dos analistas e críticos internos, mas o Fundo Monetário Internacional (FMI) parece ter uma apreciação contrária. Com efeito, a última missão do Fundo que esteve em Luanda, em março passado, reconheceu a pertinência das estratégias adoptadas pelo Banco Nacional de Angola (BNA) para travar o ritmo de inflação, entre as quais se destacam a contração da base monetária, bem como a estabilidade da base cambial e das taxas de câmbio do mercado paralelo e oficial.

Fonte: Africa 21

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