Sociedade

“É necessário que se crie modelos no desporto que possam render receitas ao Estado”

Publicado

em

“O desporto é um dos grandes instrumentos de transformação social, pois tem a capacidade de unir, além de grande relevância sociocultural e económica”. A afirmação foi feita pelo jurista e influencer digital, Etiandro Wamana, aquando da sua participação no programa Ligação Jovem, emitido pela Rádio Correio da Kianda.

Ao falar sobre o tema “Da quadra para vida, inspira-te jovem”, onde abordou-se de que forma os jovens devem aproveitar a vitória de Angola no Afrobasket, Etiandro Wamana enfatizou que, infelizmente, a nossa realidade político-social não nos dá grandes aberturas para termos um desporto tão desenvolvido como nas outras realidades.

O jurista disse que para termos jovens inspirados na vitória da selecção de basquetebol é necessário que hajam iniciativas privadas, e iniciativas de carácter público, como temos nas outras realidades americanas, e não só: “precisamos injectar mais investimento no desporto”, defendeu.

Sobre os apoios que os jogadores têm recebido, Etiandro Wamana avançou que esta atitude também “mostra os estilhaços da granada”, porque “Angola tem um grande problema que é a mentalidade do povo e a mentalidade das nossas instituições”.

“Nós somos pouco sérios nos projectos que se levam a cabo. Existe um grande problema de estabilidade, temos problemas de regularidade e seriedade nas coisas que fazemos, e isso não é apenas no desporto, o desporto trás a ponta do iceberg, esses prémios que vão sendo dados, são óptimos, são perfeitos, pois estimula cada vez mais os outros parceiros, tanto do sector privado, como do sector público, mas infelizmente alguns destes prémios são dados em forma de publicidade”, disse.

Ainda sobre as premiações, Etiandro Wamana reiterou que é necessário haver regularidade na forma como isso acontece, pois é necessário que este campeonato inspire o sector privado e público a investir mais e a gerar estabilidade, “pois só assim se poderá sentir o poder social, cultural e financeiro que o desporto tem”.

“Há pessoas que saem de Angola, para ir a Argentina ou qualquer outra parte do mundo para ver o Messi a jogar, este é o poder de um indivíduo a movimentar uma economia mundial, quando olhamos estes exemplos de fora devemos olhar para dentro e conseguirmos perceber que temos uma pátria extremamente abençoada. Nós estamos sempre a produzir modelos, ou seja, estamos sempre a produzir jovens de arrastar massas, só que estes jovens com essa aura têm que ter uma estrutura a frente para catapultar e utilizar aquilo que é chamado como desporto como instrumento catalizador cultural ou catalizador do turismo”, enfatizou.

Yanessa Rodrigues, que é poetisa e também fez parte do painel, acrescentou que para podermos ter jovens inspirados, é necessário que se criem estruturas, pois “não há centros desportivos nos bairros para que os jovens possam estimular esse amor”, e entender e perceber que ele pode seguir a carreira de desporto e pode desenvolver esse talento, a partir de uma idade tenra.

“Se nós temos uma criança que não é muito aplicada na escola, mas vemos que tem uma habilidade para o futebol, é desde tenra idade que tem que se desenvolver isso, mas a criança não vai desenvolver indo para a rua brincar com outras crianças somente, logo, para conseguir desenvolver, o Estado precisa de criar centros desportivos, centros culturais, onde ele vai desenvolver a criatividade, onde ele vai por si só passar a desenvolver o talento e assim o estado vai poder ter o controle das crianças que podem vir a render, e quando se tornarem estrelas possam render receitas para o estado”, disse.

Deixar uma resposta

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Exit mobile version