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E depois de JES? Vamos (novamente) brincar

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No exercício regular de ver e saber do que se fala e porque se fala, é facilmente notável que uma grande maioria, inclusive alguns bem mais esclarecidos, vão corroborando da ideia de se passar a liderança do MPLA para João Lourenço. Demonstrando, clara e as vezes até surpreendente inocência na análise e forma de colocar as coisas da política.

O que se passa é que a liderança do MPLA representa em termos práticos, muito mais que a liderança do partido, é mesmo o comando de forma real, daquilo que é a política nacional. E nas mãos de JLo, a concentração de todos os poderes em si.

José Eduardo dos Santos caminha para a recta final da sua vida política, ou pelo menos como político e “comandante” do partido que mais influência tem no país. Hoje se vai desejando com todas as forças que ele abandone/saia de facto. E isso não se deve apenas ao facto de ele ter cometido erros nos tempos da sua liderança, mas, e fundamentalmente porque ele acabou concentrando os poderes todos, e com eles, as portas de todos os caminhos possíveis para o sucesso. Seja este materializado na conquista de todas as coisas, ou apenas na conquista da vida normal/estável. Levando muitos a tal famosa bajulação, que nada mais é senão, agradar ao chefe (em palavras ou actos), para que este te abra a porta para a estrada do sucesso.

Muitos não sabem, mas a raiz desse mal, é a concentração de todos os poderes numa única pessoa, que acaba por humanamente cair na tentação de acreditar que é um ser especial.

Pois é, JES esteve nesta situação por muitos anos. Quase que fazendo do Estado seu parque de diversões. E como é natural,  o povo sofreu, e muito com as suas brincadeiras, afinal, e como todos, nem sempre teve muito bom gosto ao escolher as brincadeiras. 

O mais estranho e portanto, mais difícil de compreender, é o porquê de o mesmo povo que já sentiu na pele o que é ficar a completo mercê de uma pessoa, querer , ou pelo menos manifestar querer viver a mesma experiência, sendo que desta feita com João Lourenço. Dos menos esclarecidos sobre a coisa da política, ainda se admite esse venenoso desejo, mas isso se ouve e se lê inclusive daqueles que são esclarecidos, ou deviam sê-lo.

Sendo claro, procurando esclarecer o mais distraído, é um perigo de proporções extremas isso de João Lourenço juntar as pastas de liderança  do partido e da república. E tudo porque acaba colocando angola e os angolanos a viver com base nas suas vontades. É sempre bom que haja um ente com poder de facto e ideias próprias a/e para contrabalançar. Atenção que isto não é de forma alguma uma manifestação de favorecimento  a essa tal da bicefalia da qual muito se fala e pouco se sabe de facto.

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1 Comentário

1 Comentário

  1. José Tandala

    19/03/2018 em 9:49 am

    Se tivermos em conta que o País esteve encravado nas mãos da família JES logo,é bom que saia logo para o bem de todos.

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